quinta-feira, 13 de março de 2008

PRIMEIRA CIMEIRA PRESIDIDA PELA ESLOVÉNIA CHEIA DE DIVISÕES ENTRE OS 27

Três temas principais vão estar em discussão na Cimeira Europeia que se realiza hoje e amanhã em Bruxelas, a primeira sob presidência eslovena, e também a primeira liderada por um país do leste da Europa. A luta contra o aquecimento global do planeta é uma das prioridades. Os 27 estados-membros têm de chegar a acordo até ao final do ano para a redução de 20% das emissões de gases com efeito de estufa até 2020, no âmbito do protocolo de Quioto.
.
Será também discutida a liberalização do mercado de energia e a situação económica, que deverá merecer uma mensagem de confiança por parte do Conselho europeu e de preocupação por parte de cada estado-membro devido à escalada da inflação.
.
Entretanto, foi também anunciado em Bruxelas que a Croácia deverá ser o próximo país a aderir à União Europeia, provavelmente em 2010. Isso mesmo foi confirmado por Durão Barroso, presidente da Comissão. Os encontros que decorrem com o chefe de governo Ivo Sanader permitiram chegar a um compromisso segundo o qual até ao final do ano a Croácia terá de efectuar os passos necessários para completar as negociações de adesão.

.
Entre os requisitos necessários está a reforma do sistema judicial e a reestruturação da frota pesqueira. O anúncio surgiu depois que foi ultrapassado um impasse: o parlamento croata deu ontem voto favorável à entrada de pescadores europeus numa zona protegida do Mar Adriático.
.
A Eslovénia ameaçou já bloquear as conversações de adesão caso a permissão de entrar em zona protegida venha a afectar também as frotas eslovena e italiana.
.
A ratificação do tratado de Lisboa pelos 27 estados-membros será efectuada já no próximo ano. Calcula-se que a entrada da Croácia na UE seja possível pouco depois, no máximo dentro de dois ou três anos.

Comentário meu: É conveniente que a Europa tome a liderança das questões ambientais, uma vez que os EUA se fazem rogados. A situação é realmente crítica e a estabilidade climática é cada vez mais uma fantasia que nada tem de real. Hoje mesmo foi noticiado que se prevê que em 2050 a temperatura média da Terra seja 2 a 3 ºC superior à temperatura média antes da revolução industrial. Nessa altura preve-se que algumas áreas costeiras tenham sido submersas, que cidades nelas localizadas tenham sido inundadas pelo mar, que vastas populações tenham sido deslocadas e que já se viva com dificuldades alimentares sistemáticas por déficite de produção. Este efeito adverso está em aceleração devido à sobrecarga poluidora produzida pelas potências económicas emergentes como a India e a China. O panorama não é animador, embora estas previsões tenham sido publicadas há mais de 20 anos por especialistas e investigadores dedicados às questões climáticas. A relutância dos poderes políticos dos países desenvolvidos em aceitar os alertas dos cientistas atrasou a adopção de medidas correctoras que deveriam ter sido tomadas de imediato.

Quanto à liberalização do mercado da energia de que se fala acima, há uma pergunta que diz respeito a todos os que habitam este canto da Europa: Por que razão os portugueses pagam a energia 30% mais cara que os consumidores espanhóis? Será por pouca liberalização do mercado? Será porque o grande produtor e vendedor português, a EDP, quer continuar a saborear as delícias do monopólio de que tem beneficiado? Será porque somos um país mais rico do que todos os outros?

1 comentário:

zigoto disse...

Ou será porque continuamos passivamente arredados das grandes decisões que Bruxelas toma e dizem respeito a todos nós?
A que título se continua a votar "no escuro", isto é: em partidos que estão fartos de provar que prometem e, depois, fazem exactamente o contrário?
A que título vamos aceitar que o chamado "Tratado de Lisboa" seja ratificado no Parlamento, quando Sócrates garantiu no seu programa eleitoral que o sujeitaria a referendo?
De que estamos à espera para um movimento popular e nacional de repúdio que obrigue à queda desta pandilha?
Será que os portugueses são masoquistas?
António Barreto já escreveu no "Público" que talvez estejam com medo. Medo de quê? De se manifestarem livremente enquanto isso lhes for permitido?
Além de banqueiros, especuladores financeiros e "gestores" abancados à mesa do orçamento que todos pagamos, conhecem mais alguém a quem o socratismo interesse?