neste país de pios e augustos
Em cerimónia alternativa ao programa oficial de Cavaco Silva no Brasil – segundo os enviados especiais - Duarte Pio de Bragança foi entronizado Rei de Portugal.
Já se conheciam as afinidades deste descendente de D. Miguel – o que lutou contra os liberais de seu irmão D. Pedro (do grito do Ipiranga) e se rendeu assinando a Convenção de Évora Monte – com os liurais timorenses. Mas nem estes o haviam aclamado rei. Aconteceu agora, num Te Deum cantado em latim na Igreja de nossa Senhora do Rosário e São Benedito do Homens Pretos, a mesma onde D. João VI assistiu à missa a 8 de Março de 1808, o dia em que desembarcou no Rio de Janeiro ainda príncipe regente.
Evocando esse episódio histórico, D. Duarte atravessou a nave do templo enquanto um nervoso mestre-sala anunciava à jubilosa assistência: “vem entrando o rei de Portugal!”. Após a missa, a mulher do já aclamado rei, D. Isabel de Herédia declarou com algum bom senso: “foi uma manifestação muito divertida e sem preconceitos”.
O mesmo bom senso que faltou ao ministro Augusto Santos Silva em Chaves quando decidiu discutir demoradamente com duas centenas de manifestantes que o apupavam. Em vez de seguir caminho e declarar aos jornalistas que o direito de manifestação está consagrado constitucionalmente, resolveu aproveitar o tempo de antena para uma desbragada “sessão de esclarecimento”. E que sessão: de má catadura e em tom fanfarrão proferiu um chorrilho de asneiras, entre as quais: “eles hão-de calar-se antes de mim”.
Olhe que não, olhe que não senhor ministro!
Pelo andar da carruagem não tarda a perder o pio; o senhor que sem ser Pio devia portar-se como Augusto demonstrou não o ser.
4 comentários:
Sim D.Isabel de Herédia, sim sr D.Duarte,sim sr Augusto Santos Silva,isto é um verdadeiro carnaval e não tenham dúvidas que vai continuar cheio de "manifestações muito divertidas e sem preconceitos".Ah, não tenham dúvidas que vêm por aí muitas.
"Viva o Rei!"
Por este andar, este grito já esteve mais longe e foi mais improvável do que é hoje.
Se os "Republicanos", liberais, neo-liberais, conservadores, progressistas e outros continuarem distraídos, Portugal pode pensar em restaurar a monarquia. Não seria anti-natural nem "lesa Pátria", dadas as tradições históricas. E sempre era uma alternativa. A pergunta é: Para melhor ou para pior?
Cada um que dê a sua resposta.
Boa pergunta!
Ó Abacaxi:
lembras-te daquela cantinguinha:
"p'ra melhor está bem / está bem / p'ra pior já basta assim"?
Mas já imaginaste o que seria termos o D. Duarte em Belém? Ou, em alternativa,o Câmara Pereira que lhe chama usurpador do trono? Ia ser lindo.
Ainda se fosse o arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles (por quem tenho enorme admiração)... já me contentava em tê-lo como ministro da agricultura, do ambiente ou, pelo menos, presidente da Câmara de Lisboa.
Agora a sério: em oito séculos de História contam-se pelos dedos de uma mão os reis que foram meritórios chefes de Estado.
mas que blogue mais foleiro sem sentido de estética
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