terça-feira, 21 de outubro de 2008

Eleições nos Açores...

As cadeiras vazias
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Apesar de, mal foram conhecidos os resultados das eleições de domingo nos Açores, todos os partidos sem excepção, cada qual com o seu argumento, terem clamado vitória, mais de metade dos açorianos (exactamente 53,24%) não foram às urnas.
Ora quando a grande maioria dos eleitores acha que não vale a pena votar seja em que partido for, e faz um grande e bordaliano manguito a todos eles, só por total falta de pudor algum pode mostrar satisfação.
Pode ser-se cínico, como fez o socialista Carlos César, e dizer que só conta quem vota, nem que, acrescento eu, vote apenas uma clientela de meia dúzia de pessoas.
Mas a César o que é de César: o PS irá governar o arquipélago em maioria absoluta com a confiança de apenas pouco mais de 20% dos governados (40 mil, em mais de 192 mil eleitores inscritos). E isso devia ser motivo de preocupação e não de jactância.
O futuro parlamento açoriano, para ser materialmente, e não só formalmente, representativo, deveria funcionar com mais de metade das cadeiras vazias.
Os que irão sentar-se nelas usurparão uma representatividade que, na verdade, não lhes pertence.
Manuel António Pina
in JN

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