segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Como Sócrates combate a crise...

Para as empresas, Sócrates anunciou a descida do IRC de 25% para 12,5%, apenas para os primeiros 12500€. O 13.º mês do abono de família, afinal, só vai ser pago em Setembro de 2009, um mês antes das eleições!
Depois de meses a dizer que a crise era "americana" e que a economia e a banca em Portugal estavam imunes, depois de semear ventos de irresponsável confiança sempre com maiores colheitas de frustração e desencanto, Sócrates anunciou medidas para as famílias e as empresas enfrentarem a crise.
Para as famílias vamos ter a "13ª prestação" para quem (ainda) tem abono. Com os problemas de tantas famílias, seria bom receber entre doze e trinta euros a mais já em Novembro ou Dezembro. Verdade? Não, o 13.º mês do abono de família, afinal, só vai ser pago em Setembro de 2009, um mês antes das eleições!
Ficam de fora, (pormenor a que os (tele)jornais nunca darão relevância "por falta de interesse jornalístico"), todas as pequenas empresas que, com problemas, não apresentem resultados, ou seja, dezenas de milhares, de acordo com números oficiais. Pior é o facto da nova taxa IRC para os primeiros 12500€, (a parte acima deste valor continuará a ser taxada a 25%), só se aplicar em 2010 por conta do exercício de 2009, quando muitas das empresas com dificuldades já estiverem fechadas! Até lá, toda a gente continuará, sem pestanejar, a pagar integralmente e sem alterações o pagamento especial por conta…
Para combater a crise que hoje atravessamos, estas medidas são um conjunto de vigarices. Por isso, (apesar do valor irrisório), é quase um pormenor sublinhar a falta de ética desta descida beneficiar também os grupos económicos que continuam a ter, apesar da crise, lucros de milhões!
No mesmo dia em que Sócrates fazia mais este acto de propaganda, o PS votava contra a eliminação do mínimo obrigatório para as empresas do regime simplificado, e contra a devolução imediata dos créditos fiscais por causa do pagamento especial por conta.
Propostas com efeitos imediatos e para combater a crise económica, não a crise eleitoral do PS…
Honório Novo
in JN

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