quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Ana Cristina Cesar...Foi uma Poetisa Brasileira...

Ana Cristina Cesar
Ana Cristina Cruz Cesar (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1952 — Rio de Janeiro, 29 de outubro de 1983), ou ainda simplesmente Ana C., nasceu em família culta de classe média e protestante, numa década de 1950 quase bucólica do Rio de Janeiro. Criou-se entre Niterói, Copacabana e os jardins do velho Bennet.
É uma das principais poetas da geração mimeógrafo ou da chamada literatura udigrudi ou marginal dos anos 1970.
Biografia
Começou a escrever ainda criança - antes mesmo de ser alfabetizada, aos 4 anos, ditava poemas para que a mãe os escrevesse. A escrita sempre lhe dominou a vida.
Em 1969, viaja à Inglaterra em intercâmbio e passa um período em Londres, onde trava contacto com a literatura em língua inglesa.
Quando volta da Inglaterra, Emily Dickinson(Estados Unidos), Sylvia Plath(Estados Unidos) e Katherine Mansfield(Nova Zelândia) na mala, dedica-se a escrever, traduzir e entra para a Faculdade de Letras da PUC do Rio, aos 19 anos.
Começa a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletâneas, revistas e jornais alternativos.
Seus primeiros livros, Cenas de Abril e Correspondência Completa, são lançados em edições independentes.
As atividades não param: pesquisa literária, um mestrado em comunicação na UFRJ, outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária (na Universidade de Essex), em 1980, e a volta ao Rio, onde publicou Luvas de Pelica, escrito na Inglaterra.
Em suas obras, mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.
Suicidou-se, atirando-se do apartamento
dos pais.
.
Poema
Aventura na Casa Atarracada
Movido contraditoriamente
por desejo e ironia
não disse mas soltou,
numa noite fria,
aparentemente desalmado;
- Te pego lá na esquina,
na palpitação da jugular,
com soro de verdade e meia,
bem na veia, e cimento armado
para o primeiro a andar.
.
Ao que ela teria contestado, não,
desconversado, na beira do andaime
ainda a descoberto: - Eu também,
preciso de alguém que só me ame.
Pura preguiça, não se movia nem um passo.
Bem se sabe que ali ela não presta.
E ficaram assim, por mais de hora,
a tomar chá, quase na borda,
olhos nos olhos, e quase testa a testa.

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