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Poucas vezes teremos tido tantas conversas sobre o nosso dinheiro. Demo-lo sempre como seguro.
Poucas vezes teremos tido tantas conversas sobre o nosso dinheiro. Demo-lo sempre como seguro.
O que os últimos dias têm mostrado é a possibilidade de as nossas certezas estarem erradas e de podermos estar a ser actores de uma crise financeira de tal dimensão que os nossos vindouros a apontarão como exemplo acabado de certo tipo de comportamentos condenáveis.
O que neste momento vivemos é uma enorme crise de confiança.
Os bancos desmereceram a confiança que sempre tivemos neles a ponto de lhes entregarmos tudo o que tínhamos e de os ouvir como conselheiros na aplicação do nosso dinheiro. Mas com essa confiança caíram mais coisas, porque o efeito dominó é mais ou menos imparável.
Caiu, desde logo, a confiança nas próprias instituições, mas caíram - e continuarão a cair - muitos empregos com todas as consequências que daí advêm.
Cúmulo dos cúmulos da crise que atravessamos, a Islândia, um pequeno Estado que julgávamos próspero, declara a sua própria falência.
Os governos procuram incutir confiança. Fazem declarações garantindo cobertura ao dinheiro - ou pelos menos a parte dele - que temos no banco. Como já se tem dito, estas declarações são um pau de dois bicos pois, se por um lado visam criar segurança, pelo outro estão a confirmar que o dinheiro não está muito seguro onde o depositámos.
Na Europa, mais uma vez, os 27 parceiros não conseguem acertar uma estratégia comum. Sucedem-se declarações mas não se sente uma mão forte em Bruxelas que aponte um caminho que todos possam seguir.
Os governos procuram incutir confiança. Fazem declarações garantindo cobertura ao dinheiro - ou pelos menos a parte dele - que temos no banco. Como já se tem dito, estas declarações são um pau de dois bicos pois, se por um lado visam criar segurança, pelo outro estão a confirmar que o dinheiro não está muito seguro onde o depositámos.
Na Europa, mais uma vez, os 27 parceiros não conseguem acertar uma estratégia comum. Sucedem-se declarações mas não se sente uma mão forte em Bruxelas que aponte um caminho que todos possam seguir.
Tal como na Defesa - e já o confirmámos por diversas vezes - também nas Finanças a Europa se mostra incapaz de agir em conjunto, de ter uma política comum.
Uma reunião a quatro para resolver o que sempre se prometeu resolver a 27 deixou a nu a "unidade" europeia. As consultas que vão decorrendo entre os parceiros, a prática mimética de algumas soluções poderão ser, apesar de tudo, boas para os Europeus.
Mas, quando um dia passar a crise, os dirigentes precisam mesmo de questionar a eficácia desta União.
É que, até para o cidadão comum, já são cada vez mais flagrantes as quebras de confiança entre parceiros e cada vez faz mais sentido interrogar para que nos serve uma União assim.
José Leite Pereira
in JN
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