quarta-feira, 22 de abril de 2009

ELES JÁ NEM SABEM O QUE DIZEM

Vem agora o Dr. Mário Soares, que não perde uma oportunidade para opinar, dizer que há que ter pelo Primeiro-Ministro o respeito que ele merece. Só que o Dr. Mário Soares, pela vida fora (e já é longa) deve ter ouvido muita vez, como todos nós: "Quem quer ser respeitado tem que se dar ao respeito". Esta sentença, passe o termo, é aplicável a toda a gente. Porém, quando como é o caso, se trata de figuras públicas e, por isso mesmo, com responsabilidades acrescidas, os cuidados terão que ser redobrados.
Os cidadãos, infelizmente não acontece, gostariam de se poder rever nos seus governantes.
Gostariam que os seus governantes fossem pessoas impolutas.
Pessoas a quem, ninguém e por motivo algum, fosse possível apontar o dedo.
O grave problema é que, infelizmente, isso em Portugal parece impossível. Não podemos fazer uma lista, porque nos faltava o tempo, mas nós devemos estar ainda a pagar pelos pecados do D. Afonso Henriques.
Falando dos últimos 200 anos, é um quarto da nossa existência como nação independente, o que vemos:
Um Rei a fugir para o Brasil e, sem dinheiro, a sustentar uma corte corrupta.
Em Portugal, algumas pessoas com responsabilidades, apedir um rei a Junot.
No regresso, com o regimen parlamentar, que parece que só cá é que não dá, foi um fartar vilanagem. Gente a enriquecer à conta não faltou.
Vem a República, cheia de bem intencionados, não consegue levar o projecto avante.
Aí, temos o famigerado "Grupo de Coimbra" e os seus apaniguados.
Com eles vem a Ditadura. Não há visão de futuro. Estagnamos. Empobrecemos. Ficamos para trás.
Com a Revolução dos Cravos, naturalmente com mais alegria ainda que em 1820, o Povo vem para a rua e festeja a liberdade.
Hoje, nas vésperas dos 35 anos da Revolução, temos para festejar a memória dos Capitães de Abril, tantas vezes maltratados pelo poder civil,(que sem eles não existia), durante estes anos, porque a alegria daquela manhã foi-se tornando cinzenta e hoje, para os portugueses, as coisas estão negras.
Há que cerrar fileiras e não deixar que os Partidos, que não são mais que "Centros de Emprego" para as suas clientelas, não acabem com o que ABRIL nos trouxe.

1 comentário:

zigoto disse...

Pois é João:
"se bem me lembro" como disse e diria ainda hoje Vitorino Nemésio, houve uma pessoa que - ao começar a saltar para a imprensa o problema da corrupção em Portugal - afirmou:
"A corrupção é o óleo da democracia".

Se não souberem de quem se trata, basta-vos irem à HEMEROTECA MUNICIPAL DE LISBOA, e logo encontram o autor deste famosa e afamada frase, que foi publicada em vários jornais.

Depois admiram-se, ou queixam-se de quê?
Então não não tem havido sempre eleições livres e democráticas desde que foi promulgada a Constituição que o 25 de Abril facultou?
Então não foi o eleitorado que, livremente, escolheu quem nos governa?

Ainda se queixam?

Claro que sim, e com razões cada vez maiores para o fazerem.
Mas querem que vos diga o que penso, na medida em que nunca votei nos partidos que vós (a maioria) haveis escolhido - para também me governarem - o problema é vosso.

Resolvam-no!

E vejam lá se mandam as criaturas responsáveis pela situação em que nos encontramos irem "ver Braga por um canudo".

Este ano têm três oportunidades para o fazer.