quinta-feira, 17 de abril de 2008

A INVASÃO DE CUBA FOI HÁ 47 ANOS

DIAGRAMA DAS OPERAÇÕES
AZUL = INVASORES, CASTANHO = TROPAS CUBANAS

TROPAS CUBANASSOB COMANDO DE FIDEL

A Baía dos Porcos (em espanhol, Bahia de los Cochinos) é uma baía na costa meridional de Cuba. É mais conhecida por causa de uma tentativa de invasão mal sucedida por parte de mais de mil e duzentos exilados cubanos, que pertenceram ao regime de Fulgêncio Batista, apoiados pelos Estados Unidos e pela Máfia - que foram treinados e financiados pelos serviço secreto norte-americana CIA, sob o nome de código "operação Magusto" [1] - e objectivava derrubar o recém-formado governo socialista liderado por Fidel Castro e assassiná-lo em 1961. Depois de três dias de combates, os mercenários foram vencidos e Fidel declarou vitória sobre o imperialismo americano.

Fidel já esperava um ataque directo a ilha [1], tendo sido alertado previamente por Che Guevara que presenciara um ataque semelhante à revolução ocorrida na Guatemala. Com a invasão iminente, Fidel anuncia em discurso no dia 16 de Abril de 1961, pela primeira vez, o carácter socialista da revolução e no dia seguinte tem início o ataque à ilha, na praia de Gíron, localizada na Baia dos Porcos. O governo norte-americano treinou 1297 exilados cubanos oriundos da ditadura de Fulgêncio Batista em Miami através da CIA para destruir o governo de Fidel Castro. Com seu planejado apoio pela força aérea americana tendo sido vetado por Moscovo, a "operação Magusto" da CIA acabou sofrendo uma derrota arrasadora, e em 72 horas foi sufocada por forças governamentais cubanas.

No dia 18 de abril de 1961 o primeiro ministro da União Soviética, Nikita Kruschev, enviou enérgica carta ao presidente Kennedy na qual demonstrou claramente a indignação da União Soviética em relação à essa invasão e conclamou Kennedy a interrompê-la para evitar o perigo de uma conflagração generalizada:

"Moscovo, 18 de Abril de 1961, 14h00" (06h00 em Washington) [2]

"Senhor Presidente, estou enviando-lhe esta carta numa hora de alarme, assustado com o perigo da paz em todo o mundo. Uma agressão armada teve início contra Cuba. Não é segredo para ninguém que os bandos armados invadindo aquele país foram treinados, equipados e armados nos Estados Unidos da América. Os aviões que estão bombardeando as cidades cubanas pertencem aos Estados Unidos da América, as bombas que estão lançando foram fornecidas pelo Governo Americano." [2]

"Tudo isso desperta aqui na União Soviética um compreensível sentimento de indignação por parte do Governo Soviético e do povo soviético." [2]

"Suas declarações, feitas há poucos dias atrás, de que os EUA não participariam de actividades militares contra Cuba criaram a impressão que os principais líderes dos Estados Unidos estavam levando em consideração as consequências para a paz geral, e para os próprios EUA, que uma agressão contra Cuba poderia representar. Como pode o que está sendo feito pelos Estados Unidos ser compreendido, quando um ataque contra Cuba agora se tornou um fato ?" [2]

"Ainda não é tarde demais para evitar o irreparável. O Governo dos EUA ainda tem a possibilidade de não deixar a chama da guerra, iniciada pelas intervenções em Cuba, se tornar uma conflagração incomparável. Sr. Presidente, dirijo-me a V. Exceleência um urgente apelo para que ponha um fim à agressão contra a República de Cuba. Os armamentos militares e a situação política mundial hoje em dia é tal que qualquer uma das assim chamadas "pequenas guerras" pode deflagrar uma reacção em cadeia em todas as partes do mundo." [2]

"No que concerne à União Soviética não deve haver engano sobre nossa posição: Nós forneceremos ao povo cubano e a seu governo todo o apôio necessário para repelir o ataque armado a Cuba (...) [2]

"(...)Espero que o governo dos EUA vá considerar nossas posições, ditadas pela única preocupação de não permitir passos que possam conduzir o mundo a uma catástrofe militar." [2]

(Ass.) "Nikita Kruschev" [2]

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