domingo, 20 de abril de 2008

A ESPERANÇA É SEMPRE A ÚLTIMA A MORRER

Em entrevista ao DN de hoje, José Miguel Júdice declara.

“O risco é que o jogo político, que desde 76 se faz entre o PS e um bloco à sua direita, se passe a fazer entre o PS e um bloco à sua esquerda. Eu acho que isto é péssimo para o regime(…) e acho perfeitamente possível que um bloco à esquerda do PS possa chegar aos 30%. (…) Um líder populista de esquerda, bravo, determinado, corajoso, coerente, independente, que fale para os danados da terra, que fale para aqueles que estão a sofrer e estão a sofrer muito, pode fazer esse resultado.”

Pois pode, e que Deus o oiça, meu caro Júdice.

Mas não precisa de ser “populista” nem falar somente para “os danados da terra” porque os “que estão a sofrer e estão a sofrer muito” já são a esmagadora maioria dos portugueses. Atrevo-me a dizer que são todos os reformados, desempregados, trabalhadores por conta de outrem e pequenos ou médios empresários. Enfim: todos menos os banqueiros e especuladores ditos investidores.

Quanto ao risco, esse não é que “o jogo político se passe a fazer entre o PS e um bloco à sua esquerda”. Acontece que o tal jogo “que desde 76 se faz entre o PS e um bloco à sua direita” conduziu ao lamentável “estado a que isto chegou” como diria o meu saudoso camarada Salgueiro Maia.

O risco é que os eleitores continuem a apostar num PS cada vez mais à direita, ou numa aliança de Sócrates com os náufragos “reciclados” do tal bloco de direita com que Júdice sonha restaurar o PPD/PSD . Isso sim, é um risco.



1 comentário:

Anónimo disse...

"Um líder populista de esquerda"é um perigo se aparece por aí a arregimentar as massas.E o Sr Miguel Júdice é o quê? Por enquanto não é líder de coisa nenhuma ,mas que a sua conversa já cheira um pouco a populista ,isso a mim me parece.Vamos ver que caminho toma e que lugar o espera.