Hoje são os contratados, amanhã serão os outros...
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo
B. Brecht
Comentário
Brecht, neste poema, retratou bem o que se está a passar em muitas escolas portuguesas. Há quem pense que este ataque vil do Governo é só contra os mais fracos: os contratados e os que não são titulares. A estratégia dos modernaços do Pê Ésse visa instaurar, progressivamente, a selvajaria social no nosso país. E porquê? Porque chegaram à conclusão de que a única forma de conservarem os privilégios da oligarquia (de que fazem parte ou aspiram a fazer parte) é através de uma brutal retirada dos rendimentos de alguns grupos profissionais, entretanto escolhidos como alvo da rapina: os professores e os funcionários públicos, em primeiros lugar. Se forem bem sucedidos com os professores, outros grupos se seguirão. É por isso que eu defendo que o grande objectivo estratégico da luta dos professores é retirar a maioria absoluta aos modernaços do Pê Ésse, de forma a fazer parar o projecto político globalista neoliberal de instauração progressiva da selvajaria social. Esse projecto exige a destruição das comunidades naturais, das corporações, dos sindicatos, enfim, de todas as comunidades que sejam um travão ao processo de atomização e precarização em curso.
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