quarta-feira, 15 de abril de 2009

A pior notícia...

A quebra de 3,5% na riqueza gerada no País em 2009 é, até agora, a pior notícia económica do actual regime democrático. Desde 1975 que o PIB não estava tão contraído. Mas nessa época Portugal vivia a conjugação do maior choque petrolífero da história com os efeitos de uma revolução e de uma descolonização caótica que levou o País a absorver centenas de milhar de portugueses expulsos das então colónias.
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3,5% de quebra no PIB é mais do que um número abstracto. Significa uma baixa da riqueza produzida em 5,6 mil milhões de euros este ano. O que a estimativa do Banco de Portugal diz é que este ano, em média de cada um dos 365 dias, a riqueza produzida baixa 15,3 milhões de euros.
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Esta quebra da riqueza traduz-se em mais empresas a fecharem as portas e em mais desemprego. Com estes números é natural que a taxa que mede o exército das maiores vítimas da crise, os desempregados, ultrapasse a fasquia dos 10%.
Enquanto o desemprego e as falências disparam, o investimento privado desaparece e as exportações são penalizadas porque a crise é global .
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A retoma não depende de Portugal. Só quando ventos mais favoráveis soprarem na Europa poderemos aspirar a uma mítica recuperação. Mas uma coisa é certa: a primeira década do novo milénio está perdida. Portugal está mais pobre, e todos vamos sofrer com isso.
Armando Esteves Pereira
in CM

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