Acabo de ver o mais claro e insolente exercício de autoritarismo a que assisti na televisão portuguesa desde que foi instaurado o Estado de Direito Democrático em Portugal.
Refiro-me à “entrevista”, sim entrevista entre aspas, visto que era isso que se esperava José Sócrates desse na RTP 1, durante o programa "Grande Entrevista" em que Judith de Sousa e José Alberto de Carvalho tentaram entrevista-lo.
Mas não.
A magnífica criatura arvorou-se em entrevistador, cortou sistematicamente a palavra aos jornalistas que era suposto entrevista-lo, debitou a sua cassete propagandística com uma soberba arrogância, negou evidências que entram pelos olhos de toda a gente, desautorizou o seu correlegionário António Vitorino - que já tinha declarado publicamente não haver dúvidas que o Presidente da República havia criticado o governo, e ao referir-se publicamente a não aceitar "recados", Sócrates estava a responder aos recados que Belém lhe tem dado - e, no fundo, foi incapaz de falar com um mínimo de verdade.
A isso, infelizmente, já estamos habituados. Quanto mais vai percebendo que será derrotado, mais insuportável se torna.
Pena foi que os dois jornalistas da televisão estatal não tivessem a coragem necessária para colocarem os seus postos de trabalho em risco. Nos tempos que correm, compreendo-os…
De qualquer forma urge alguém explicar e exigir ao sr. José Sócrates que lá terá, nos termos legais, o seu tempo de antena durante as três campanhas eleitorais que decorrerão este ano.
Mas é inadmissível que o secretário-geral de um partido como o PS, e primeiro-ministro de Portugal se porte da forma como o fez.
Meteu nojo.
1 comentário:
Perante mais esta telenovela do:
"O que eu disse não foi o que vocês ouviram eu dizer, o que sempre disse mas nunca disse, mais não é do que eu disse e vocês não me ouviram dizer, não é do que eu dissse que estamos a falar":
O Cacimbo aguarda, com evidente ansiedade, o próximo episódio.
Resta saber se a realização partirá de Belém, de Manuel Alegre ou de algum politólogo desses que são pagos para nos ensinarem a ouvir e ler.
Se ainda fosse nas entrelinhas...
Mas como está tudo dito e gravado, preto no branco, que mais irá acontecer?
Se calhar nem eu disse nem escrevi nada.
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