A 4 de Julho, Cavaco Silva pediu a fiscalização ao Tribunal Constitucional do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, aprovado no mês anterior no Parlamento, por unanimidade.
O TC considerou inconstitucionais oito das 13 normas apreciadas, mas esta quinta-feira, o PR veio «comunicar aos portugueses que outras normas [lhe] suscitam sérias reservas de natureza político-institucional».
«Trata-se, acima de tudo, da norma relativa à dissolução da Assembleia Legislativa dos Açores que (...) restringe o exercício das competências políticas do Presidente da República, pondo em causa o equilíbrio e a configuração de poderes do nosso sistema político previsto na Constituição», frisou o Presidente da República.
«É perigoso», diz Cavaco, que, por via legislativa, os políticos venham «impor obrigações e limites às competências dos órgãos de soberania que não sejam expressamente autorizados pela Constituição da República».
Parlamento regional com mais poderes do que Assembleia da República
Segundo o PR, com este estatuto político-administrativo proposto, o parlamento regional teria mais poderes do que a Assembleia da República, o que poderia implicar «restrições excessivas», disse no final do seu discurso.
«Em devido tempo, alertei vários dirigentes políticos para esta questão», sublinhou ainda o chefe de Estado, explicando que, com este estatuto, o PR também perderia poderes que estão consagrados na Constituição da República.
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Leia aqui o discurso do Presidente da República na íntegraIn Portugal Diário
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