sábado, 26 de julho de 2008

A minha pátria é a minha língua



Reforma Ortográfica

Debate sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Fonte: BBC Brasil

O ministro da Educação brasileiro, Fernando Haddad, disse que o acordo ortográfico da língua portuguesa - que prevê uma maior unificação da escrita do português entre os oito países que usam o idioma como oficial (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Timor Leste, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe) - deverá estar implantado no Brasil até 2011.

Segundo o ministro, o acordo é uma peça-chave da cooperação com os países africanos e a grande mudança a partir da unificação do português será política, em relação ao papel que a língua portuguesa tem no mundo.

O acordo consagra mudanças relativamente pequenas. Segundo os linguistas que prepararam o acordo – Antônio Houaiss, pelo Brasil, e João Malaca Casteleiro, de Portugal –, 0,43% das palavras no Brasil e 1,42% em Portugal passarão por mudanças.

Os brasileiros deixam de utilizar acentos em vogais duplas como na palavra "voo", e os tritongos deixam de ser acentuados, como nas palavras "assembleia" ou "ideia".
Os portugueses perdem o "c" em "acto" e "tecto", o "p" em "óptimo" ou "Egipto" e as letras duplas em "connosco" ou "comummente".

No entanto, o acordo mantém divergências: os acentos são diferentes em "Antônio" e "António", "gênero" e "género". Portugal passa a escrever "receção" (com o mesmo som de recessão) em vez de "recepção".

E não há uma unificação da sintaxe e da semântica – em Portugal usa-se a forma "até ao fim" em vez de "até o fim", e costuma-se falar "sabe bem" para dizer que uma comida é saborosa.

Em Portugal, a reforma causou polêmica. Uma petição que circulou na Internet criticava a proposta alegando que as mudanças significavam que Portugal estava cedendo aos interesses brasileiros.

O documento conseguiu dezenas de milhares de assinaturas, grande parte delas de intelectuais, mas não conseguiu impedir a aprovação da reforma no Parlamento português.

E você, o que acha do acordo ortográfico da língua portuguesa? As mudanças vão aproximar o Brasil dos outros países que falam a mesma língua? A nova ortografia vai causar confusão ou a adaptação vai ser simples?
Envie a sua opinião para a BBC Brasil.

Publicada por Adriana Costa em Nova Águia: http://www.novaaguia.blogspot.com/

1 comentário:

zigoto disse...

Adriana Costa é brasileira e favorável à implementação do acordo.
Contudo, não deixa de reconhecer que foi feito por razões políticas e não linguísticas.
Razões essas que não levaram, por exemplo, o Reino Unido a fazer algo semelhante com os países anglófonos, a começar pelos Estados Unidos, ou a França com os países francófonos. E nem por isso o inglês ou o francês deixaram de ser línguas universais e reconhecidas como oficiais nas várias organizações internacionais a que esses países pertencem.
Assim sendo, julgo que até as tais "razões políticas" estão por explicar. Quanto a razões que se prendam com a evolução da língua, não as vislumbro.
Será que sem a CPLP, que acho pertinente, necessária e positiva, Portugal procederia a uma reforma ortográfica? Julgo que não. Assim sendo, as razões deste acordo são estritamente políticas. Mas será essa uma boa política? Enquanto não for convenientemente explicada, ser a favor ou contra este acordo, é como gostar ou não do amarelo...