quarta-feira, 23 de julho de 2008
A fisga
O imbróglio
Alípio Ribeiro, ex-director nacional da Polícia Judiciária à data do desaparecimento de Maddie McCann, vem a terreiro discordar do arquivamento do processo pelo qual foi o responsável máximo durante cerca de um ano.
Entretanto, Gonçalo Amaral, o inspector que conduziu as investigações, foi ferozmente atacado pela comunicação social inglesa (de que a portuguesa fez eco) e acabou demitido por Alípio Ribeiro, anuncia para amanhã o lançamento do livro “A verdade da mentira”; e nele, segundo a RTP, defende a tese de que Maddie morreu no dia em que desapareceu.
É óbvio que tal tese decorrerá do conhecimento pessoal que Gonçalo Amaral tem do processo que investigou no terreno e, assim sendo, pergunta-se por que foi demitido e, até agora, não foram reunidas provas que sustentem a acusação dos culpados pelo crime. Ou melhor, pelos crimes, visto nesse caso também ter havido ocultação de cadáver.
Como se estas dúvidas não bastassem, surge também o porta-voz do casal McCann a prevenir, ou ameaçar Gonçalo Amaral para ter cuidado com o que diz, afirmando que se o livro for publicado em Inglaterra, existem lá leis para o processar.
Será que o porta-voz desconhece que em Portugal também existem leis semelhantes? Desde que se prove, é claro, que o autor caluniou ou difamou alguém.
Esta antecipação de um porta-voz profissional, que antes de o ser para os McCann trabalhava para o governo inglês, é o mais curioso disto tudo.
Álvaro Fernandes
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