segunda-feira, 21 de julho de 2008

A fisga




No dia 13 de Julho de 1958, fez a semana passada 50 anos, o Bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, enviou a Salazar, então chefe do governo, uma carta que teve o efeito de uma bomba.
Pela primeira vez, um alto dignitário da Igreja Católica portuguesa, e responsável pela diocese da segunda maior cidade do país, manifestava a sua oposição ao governo, afirmando frontalmente que “temos de ser francos, talvez brutais”, para, entre outras criticas desabafar:
“Não poderei dizer o quanto me aflige o já exclusivo privilégio português do mendigo”.
Com 20% de portugueses no limiar da pobreza, o desemprego acima dos 7,5%, as famílias asfixiadas em dívidas e devolvendo aos bancos as casas que não conseguem pagar, a classe média a pedir socorro à misericórdia para alimentar os filhos, parece que regressou o tal privilégio mendicante português
Que diria, se ainda estivesse entre nós, D. António ao actual chefe do governo?
Álvaro Fernandes

1 comentário:

Anónimo disse...

D. António se cá voltasse diria ao sr Pinto de Sousa que isto assim não pode continuar. Não tarda estamos no tempo da "outra senhora" com algum pessoal a ir à "sopa do sidónio". Está mal ,está mal!