Ainda há paciência para o Freeport? Esta semana, depois do DVD, foi a vez de Mário Soares se revoltar com o "excesso de intriga e maledicência", e do sindicato do Ministério Público denunciar "pressões", aparentemente confirmadas pelos magistrados titulares do processo. E lá conseguimos todos arranjar motivo para mais alguma indignação.
.
Parece haver acordo em dois pontos. Primeiro, ninguém quer uma justiça subordinada, com licença para perseguir irregularidades só até à porta dos ministérios: seria a ‘italianização’ prevista por João Cravinho. Segundo, ninguém quer fazer dos tribunais e das polícias o equivalente dos quartéis onde, no tempo da I República, as oposições iam armar a queda dos governos. Mas para tudo ser esclarecido ou ter consequências no Freeport, falta o essencial: um sistema judicial capaz de agir em tempo útil.
Talvez venha a existir um dia, não pela carolice deste ou daquele magistrado, mas como parte de uma reforma do Estado – uma reforma de que este governo desistiu. Preferiu, como se sabe, investir no sistema fiscal.
.
Sendo assim, resta-nos o quê, além da indignação? Talvez esperar pelas eleições. Porque tal como em 2005, o Freeport há-de voltar a hibernar mal estejam contados todos os votos no fim deste ano.
É vergonhoso? É assim. E será assim enquanto houver tanta paciência.
Rui Ramos
in CM
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário