Biografia
Dante Milano nasceu no Rio de Janeiro filho do maestro Nicolino Milano e de Corina Milano. O seu irmão Atílio Milano foi também poeta.
Trabalhou como conferente de textos na Gazeta de Notícias (Rio de Janeiro) a partir de 1913. Foi também funcionário do Juizado de Menores, no Ministério da Justiça.
Publicou seu primeiro poema, "Lágrima Negra", em 1920, na revista carioca Selecta. Na época trabalhava como empregado na contabilidade da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro.
Nos anos de 1930 foi colaborador do suplemento "Autores e Livros", de "A Manhã" e do "Boletim de Ariel".
Em 1935 organizou a "Antologia dos Poetas Modernos", primeira antologia de poetas dessa fase. Casa-se com Alda em 1947.
Seu primeiro livro, "Poesias", foi publicado em 1948, e recebeu o Prêmio Felipe d'Oliveira de melhor livro de poesia do ano. Nos anos seguintes trabalhou como tradutor, lançando, em 1953, "Três Cantos do Inferno", de Dante Alighieri.
Em 1979 foi publicado seu livro "Poesia e Prosa".
Publicou em 1988 "Poemas Traduzidos de Baudelaire e Mallarmé". No mesmo ano recebeu o Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Dante Milano é um dos poetas representativos da terceira geração do Modernismo. Para o crítico David Arrigucci Jr., Milano, “como o amigo Bandeira, refletiu muito sobre a morte, casando o pensamento à forma enxuta de seus versos - lírica seca e meditativa, avessa ao fácil artifício, onde o ritmo interior persegue em poemas curtos, com justeza e sem alarde, o sentido”.
Contatos e influências
É conhecida convivência com Aníbal Machado, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, Celso Antonio, Di Cavalcanti, Jaime Ovalle, Manuel Bandeira, Odilo Costa Filho, Olegário Mariano, Paulo Mendes Campos, Portinari, Ribeiro Couto, Sérgio Buarque e Villa-Lobos.
Prêmios
1948 - Prêmio Felipe d'Oliveira de melhor livro de poesia do ano, pelo livro "Poesias".
1988 - Prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
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Pietá
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Essa mulher causa piedade
Com o filho morto no regaço
Como se ainda o embalasse.
Não ergue os olhos para o céu
À espera de algum milagre
Mas baixa as pálpebras pesadas
Sobre o adorado cadáver.
Ressucitá-lo ela não pode,
Ressucitá-lo ela não sabe.
Curva-se toda sobre o filho
Para no seu seio guardá-lo,
Apertando-o contra o ventre
Com dor maior que a do parto.
Mãe, de Dor te vejo grávida,
Oh, mãe do filho morto!
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