O Presidente da República já não pode dissolver a Assembleia da República na actual legislatura. Significa isto que o seu poder de fogo dificilmente causará dano à estabilidade política, o que muito agrada a Cavaco Silva.
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Pelo que se viu nos últimos dias, porém, o prazo de ‘armistício’ que vigora nos seis meses que antecedem as eleições, também está a libertar o Presidente para uma muito mais activa magistratura de influência.
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Prepara o terreno e a sua posição negocial para o terramoto que possa advir das eleições, de uma ausência de maioria absoluta, do eventual fracasso de uma aliança, da mais do que previsível possibilidade de conciliar os actuais protagonistas, exceptuando porventura Sócrates e Portas, enfim, um inferno... Mas isso há-de vir. Hoje, chamou o procurador-geral da República a Belém para discutir o caso Freeport e as pressões.
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Tudo o que o Governo não quereria que fizesse.
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No fim-de-semana, demoliu algumas opções de política económica do Governo e obrigou Sócrates a disparar um inédito míssil nas relações entre S. Bento e Belém. Da ‘cooperação estratégica’, as relações institucionais entre Cavaco e Sócrates evoluíram para a fase da Guerra Fria.
Um precário equilíbrio que vai funcionando pela pura lógica do terror. Esperemos que a opção nuclear não destrua o País...
Eduardo Dâmaso
in CM
terça-feira, 21 de abril de 2009
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