Quando o Sr. Silva era primeiro-ministro deste país, nesses desastrosos tempos em que Portugal foi vendido ao capital financeiro, os cidadãos transformados em números e cifrões e este jardim começou a cair no buraco sem fundo do liberalismo, esse mesmo Sr. Silva recusou uma pensão ao herói do 25 de Abril, Salgueiro Maia na mesma altura em que a concedeu a dois ex-pides. Ao escolher Santarém para fazer as celebrações do dia de Portugal, este Sr. Silva viu-se na obrigação de lhe prestar uma homenagem junto do monumento que recorda o seu heroísmo. Um acto da maior hipocrisia que só merece o nosso desprezo e indignação. Este Sr. Silva não tem sequer o direito de lhe limpar as botas e devia pedir desculpa aos familiares do Capitão Salgueiro Maia, devia pedir perdão a todo o país. A grandeza do Salgueiro Maia nada tem a ver com a pequenez deste Silva. Triste o povo que não se indigna com tanta hipocrisia.
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Resta-me acrescentar que para esse acto mesquinho - que elucida bem o rancor que Cavaco Silva tem ao 25 de Abril e o apreço que dedica aos ex-pides - utilizou para o efeito um tal Fernando Nogueira, seu ministro da defesa e uma espécie de Severiano Teixeira em versão laranja.
Tal criatura perseguiu com tenacidade os Oficiais, ficando célebre a chamada lei dos coronéis utilizada para humilhar alguns coronéis à beira da reforma, o que provocou a demissão do General Loureiro dos Santos de Chefe do Estado Maior do Exército, que se recusou a aplicar tal lei indigna e humilhante.
A propósito, recordo duas histórias. Atendendo ao perfil persecutório desse tal Nogueira e ao facto de ser ministro da defesa, decidimos atribuir-lhe um posto militar: o de cabo. Mas para não ofender as nogueiras, suprimos-lhe o "u", passando a ser referido entre nós pelo cabo Nogeira.
Outro episódio teve a ver directamente com o Fernando Salgueiro Maia, durante uma visita que o cabo Nogeira fez à Escola Prática de Cavalaria, aonde o Maia prestava serviço. Como é da praxe nesse tipo de visitas, o Comandante da Unidade apresentou-lhe pessoalmente todos os Oficiais.
Ao ser-lhe apresentado o Salgueiro Maia, o cabo Nogeira virou-se para o lado e atirou em tom provocatório:
- Este é um dos tais que fez o 25 de Abril.
Ao que o Maia respondeu prontamente:
- Pois sou e fique sabendo que se for necessário fazermos outro, cá estarei.
Não sei quanto tempo falta para que tal aconteça, mas pelo andar da carruagem já faltou mais.
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