Toda a gente percebeu que o Banco de Portugal tem sido incompetente. Toda a gente menos Vítor Constâncio que, na sua ultima audição da Comissão de Inquérito à nacionalização do BPN na Assembleia da Republica, tudo o que conseguiu dizer foi que, quando muito, talvez tivesse havido alguma ingenuidade por parte da entidade supervisora.O discurso do governador do Banco de Portugal foi todo ele um rol de tiradas autistas, ególatras e arrogantes, que surtiram apenas o efeito de minguar ainda mais o pouco respeito e a parca confiança que o país em si ainda depositava.
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O que toda a gente também já percebeu é que a demissão de Constâncio se impõe como uma evidência: trata-se de uma questão de bom senso, depois de tanta escalandeira em torno dos casos BPN, BCP e BPP, a regulação posta em prática por Constâncio já não tem credibilidade nenhuma.
Compreendemos ainda que a falha de Constâncio, indigitado por Guterres e reconduzido por Sócrates, e sinónimo do desacerto da politica neoliberal de foro pouco intervencionista preconizada nos últimos anos pelo PS.
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O problema, porém, é que a mera substituição da pessoa do governador não é suficiente para assegurar que, neste país, a especulação desmesurada e o crime económico explícito, deixam de compensar.
Para que comecemos a caminhar no trilho de uma maior justiça económica todo o conceito vigente de regime fiscal necessita ser repensado, sendo imperativo que se deixe de privilegiar o jogo especulativo, a fraude financeira, a lógica dos impostos maioritariamente regressiva, entre outros.
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Contra os abusos e contra as negociatas, está na hora de acabar com os favorecimentos escusos e os compadrios obscuros, de que a historia Manuel Fino, mais um erro de Constâncio e mais um erro de Sócrates, é exemplo flagrante.
É pela transparência, solidariedade e justiça que a esquerda progressista que somos se tem batido e se baterá.
Natasha Nunes
in Esquerda.Net

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