quarta-feira, 17 de junho de 2009

Cartas da Patagónia III

Segundo o correspondente da Rádio Pinguim, o clima político na Sócralândia está cada vez mais instável. Diz ele que, hoje, a direita – excluindo o PS pinocrático que também pertence a essa ala política – apresentou uma moção de censura ao governo. Chumbada pela tal maioria que ninguém sabe aonde e a quem pertence. A esquerda, como não quer meter-se em caldeiradas, absteve-se.

Rádio Pinguim chamou a atenção para um facto indesmentível e notório, da última vez em que os eleitores da Sócralândia foram chamados às urnas: o Pinócrates levou um cabaz cheio de negas. Já ninguém acredita nele nem nos capatazes da Justiça, Educação, Finanças, Agricultura, Segurança Interna, Defesa, Obras Públicas, Segurança Social, Economia, etc.

O mais interessante e sintomático é que as negas foram distribuídas equitativamente pela esquerda, o centro e a direita. E resta-nos tirar uma conclusão: se ganharam o centro, a direita e esquerda, e só perdeu o PS do Pinócrates, em que área política se situa a criatura?

Tanto quanto e se vai tornando claro, à medida que abre a boca, na zona de onde nunca saiu: o seu umbigo. E continuando a fazer as habilidades circenses do costume. De “animal feroz” com capatazes a confessarem que gostam de malhar, prometeu que se ia travestir em modesto, humilde e “jamé” arrogante. Mas sem perder tempo, anuncia que”vai manter o rumo”. E nisso acredito! O facto é que a criatura nunca teve algo parecido com rumo.

Governou durante quatro anos ao sabor dos ditames do capital financeiro e do grande patronato. Para isso, desacreditou a Justiça, abocanhou a Educação e o Serviço Nacional de Saúde, saudou o tal tratado de Lisboa com um “porreiro pá” e obrigou o Vital ventríloquo a apoiar a reeleição do mordomo da cimeira criminosa das Lages, na presidência da comissão europeia.

Tudo, tudo, sempre tudo, à custa de impostos escandalosos pagos por quem sustentava este país: a classe média e as pequenas e médias empresas. Daí as inevitáveis consequências: mais de dois milhões de novos pobres e a falência diária das empresas que garantiam o sustento de quem trabalha, com o inevitável aumento desenfreado do desemprego.

Mas o mais fantástico de tudo isto é que a tal criatura – segundo consta nos mentideros bem informados – prepara-se para fazer uma “remodelação” governamental…

Não há dúvidas de que, depois do passado dia 7 de Junho, o Pinócrates mudou. Cada vez que abre a boca, cresce-lhe o nariz. Podem deitar fora as caricaturas porque o original tem um nariz imbatível.

Compreendam que vá passar uns dias mais a Sul, junto dos leões marinhos e aonde não chega a Rádio Pinguim. Não sei quanto tempo por lá ficarei. Mas será o necessário e suficiente para me livrar da fronha do Pinócrates.

Entretanto, passem bem e desliguem a rádio e televisão. Talvez vos faça bem.

Adeus, e até ao meu hipotético regresso.

Sem comentários: