segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cartas da Patagónia IV

Após dez dias bem passados mais a Sul, regressei a Ushuaia e não resisti a captar a Rádio Pinguim, na esperança de que o seu correspondente em Lisboa me desse notícias animadoras da Socralândia. Mas qual quê? Tudo como dantes no Quartel-General em Abrantes…

O Pinócrates continua na mesma, isto é: continua a mentir e não resiste a tratar os seus concidadãos (salvo seja) como atrasados mentais, como se algum deles tivesse projectado as famosas moradias que ele conseguiu aprovar quando arranjou emprego na Câmara da Covilhã.

Furioso com os constantes vetos e “pronunciamentos “do ex-cooperante estratégico” residente em Belém, e perante o facto de Manuela Calada ter recuperado da afonia e acertar em cheio naquilo que os eleitores pretendem: travar as obras megalómanas que, segundo ele, lhe perpetuariam o nome em tudo o que fosse avenida, praceta e até rotunda por si inaugurada nem que fosse somente a lançar a primeira (e única) pedra, mandou calar os comissários políticos que se gabavam de gostar de malhar. E, esses cumpriram, metendo a viola no saco.

Mas ele não. Depois de prometer que se ia travestir em criatura dócil, humilde, atenciosa e atenta, não tardou a mandar a pele de cordeiro às urtigas e envergar a de animal feroz naquilo que melhor sabe fazer: propaganda. Para isso, apareceu hoje de carrinho eléctrico de feira e mais: mandou o impagável ministro das Finanças anunciar que “o fim da crise já está mais perto do fim do que quando começou”. Suponho que o Senhor de La Palisse, se revolve na tumba por não poder processá-lo por plágio. Não sei se a famosa Lili Caneças o fará, atendendo a que foi ela que anunciou que “estar viva é o contrário de estar morta”. Assim como assim, julgo que a Lili é mais clarividente e objectiva do que o Teixeira dos Santos.

Mas voltemos ao Pinócrates que, em desespero, já mandou vir dos Estados Unidos, os magos da campanha eleitoral de Obama na Internet para o ajudarem a tentar enfiar-nos outra vez o barrete. Obviamente, esqueceu-se de duas coisas: nem ele é o Obama nem os eleitores portugueses são tão estúpidos como ele supõe.

O plano inclinado em que escorrega o Pinócrates, a caminho da queda livre aprazada para 27 de Setembro, qualquer que seja o novo(a) inquilino(a) de S. Bento, tem ao menos um mérito: livrar os portugueses do maior narcisista e vendedor de banha da cobra que já ocupou o cargo que essa criatura ocupa.

Entretanto, e para vos dar uma ideia do sossego a que tive direito – sem rádio, televisão ou jornais – junto fotos de alguns bicharocos que me fizeram companhia.





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