O quarto arguido do caso Freeport é o arquitecto Carlos Guerra, gestor de um programa comunitário com verbas para a agricultura. A partir de ontem é também o responsável involuntário pelo despedimento político do ministro da Agricultura.
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A história é simples e, ao mesmo tempo, uma metáfora arrasadora do estado a que o Governo chegou. Sócrates garantiu no plenário da Assembleia da República que Carlos Guerra havia apresentado a demissão ao ministro da Agricultura na semana passada, este apreciara o gesto e aceitara a demissão.
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Quase no mesmo instante, nos Passos Perdidos reais ou simbólicos, Jaime Silva garantia aos jornalistas que ainda não falara com Carlos Guerra e que iria "ouvi-lo". Obviamente o ministro da Agricultura estava distraído e não ouviu o que Sócrates disse.
Mas o mais extraordinário é que minutos depois voltou a falar com os jornalistas como se já tivesse arrumado a questão. Aceitara o pedido de exoneração e adiantou mesmo um pormenor ou outro.
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Extraordinária capacidade de representação! Jaime Silva não se limitou a estragar o bom ‘número’ que Sócrates havia feito no debate ao desarmar uma questão de Paulo Rangel.
A sua ingenuidade levanta a pior nódoa que pode pairar sobre um governo: afinal, quem mentiu? Sócrates? Jaime Silva? Não é irrelevante saber o que aconteceu.
Eduardo Dâmaso
in CM
quinta-feira, 25 de junho de 2009
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