Miguel Augusto Bombarda (Rio de Janeiro, 6 de Março de 1851 - Lisboa, 3 de Outubro de 1910), médico psiquiatra, filósofo e republicano.
Biografia
Estudou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, onde viria a ser professor e foi director do Hospital de Rilhafoles, onde criou o Laboratório de Histologia em 1887.
Mas a sua actividade esteve longe de se limitar à docência e à clínica.
Bombarda foi um pensador, pode-se dizer mesmo um filósofo muito atento às correntes da sua época (marcada pela visão termodinâmica de Helmholtz, Clausius e outros, pela teoria da evolução de Darwin e pela filosofia positivista de Comte).
Proselitou uma cosmovisão materialista. Sustentou o determinismo científico ao ponto de o estender à realidade social. Nessa perspectiva, o crime seria uma doença semelhança à infecção causada por uma bactéria.
Republicano convicto, foi um acérrimo anti-clerical. A sua obra “A Ciência e o Jesuitismo”, de 1900, é um bom documento sobre o nosso “fin de siècle”. Bombarda opõe a sua visão científica do mundo à visão religiosa dos jesuítas, em particular a do “padre sábio” Manuel Fernandes Santana, com quem estava em polémica.
Tornou-se membro do Partido Republicano Português em 1909, tendo sido eleito deputado em Agosto de 1910. Membro do comité revolucionário que implantou a República em Portugal, em 5 de Outubro de 1910, e considerado o seu chefe civil.
Bombarda pertenceu a um grupo de portugueses inconformados com a situação de atraso do país, que se revia nas Conferências do Casino de Antero de Quental e outros e que queria urgentemente renovar o país, culpando a Igreja pelo atraso. Para ele não havia apenas que curar o doente individual mas também o doente colectivo que era a nação.
Não chegou, contudo, a assistir à vitória dos republicanos por ter sido assassinado por um doente mental, um tenente que ficou depois internado numa instituição psiquiátrica, em 3 de Outubro de 1910, poucas horas antes do início da revolta.
Para a história ficaram as últimas palavras de Miguel Bombarda, que mostram, mesmo próximo da morte, não só informação como compaixão:
Mas a sua actividade esteve longe de se limitar à docência e à clínica.
Bombarda foi um pensador, pode-se dizer mesmo um filósofo muito atento às correntes da sua época (marcada pela visão termodinâmica de Helmholtz, Clausius e outros, pela teoria da evolução de Darwin e pela filosofia positivista de Comte).
Proselitou uma cosmovisão materialista. Sustentou o determinismo científico ao ponto de o estender à realidade social. Nessa perspectiva, o crime seria uma doença semelhança à infecção causada por uma bactéria.
Republicano convicto, foi um acérrimo anti-clerical. A sua obra “A Ciência e o Jesuitismo”, de 1900, é um bom documento sobre o nosso “fin de siècle”. Bombarda opõe a sua visão científica do mundo à visão religiosa dos jesuítas, em particular a do “padre sábio” Manuel Fernandes Santana, com quem estava em polémica.
Tornou-se membro do Partido Republicano Português em 1909, tendo sido eleito deputado em Agosto de 1910. Membro do comité revolucionário que implantou a República em Portugal, em 5 de Outubro de 1910, e considerado o seu chefe civil.
Bombarda pertenceu a um grupo de portugueses inconformados com a situação de atraso do país, que se revia nas Conferências do Casino de Antero de Quental e outros e que queria urgentemente renovar o país, culpando a Igreja pelo atraso. Para ele não havia apenas que curar o doente individual mas também o doente colectivo que era a nação.
Não chegou, contudo, a assistir à vitória dos republicanos por ter sido assassinado por um doente mental, um tenente que ficou depois internado numa instituição psiquiátrica, em 3 de Outubro de 1910, poucas horas antes do início da revolta.
Para a história ficaram as últimas palavras de Miguel Bombarda, que mostram, mesmo próximo da morte, não só informação como compaixão:
- “Não lhe façam mal. Ele é um doente!”
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