São várias as pessoas que subscrevem um texto comum que apela ao fim da discriminação: da direita à esquerda, da política, do espectáculo, da música e das artes, da ciência, da medicina, do jornalismo, do desporto, entre muitos nomes que chegam ao milhar.
O nascimento deste movimento tem um significado especial: tornou-se urgente acabar com esta discriminação na lei. O heterossexismo da legislação actual não é sustentável, nem mais um minuto. E de tal forma é imperativa esta mudança, que já não existem subterfúgios ou alternativas, já não há lugar para "uniões menores" ou casamentos interditos à adopção. Igualdade total, igualdade já.
O debate já vai longo e, desta vez, o PS já não pode argumentar que é necessário um "grande debate nacional sobre o tema". Este é o tempo de se definirem posições - ou a igualdade ou discriminação. E igualdade só tem um significado no momento actual: casamento igual para tod@s, sem nenhuma diferença.
Sócrates já propagandeou a inclusão desta medida na sua moção ao Congresso do PS (3 meses depois de a ter chumbado no parlamento). Mas Sócrates e o PS têm um problema: não são de confiança.
O Sócrates desta promessa é o mesmo Sócrates que aprovou um código de trabalho absolutamente contraditório com aquilo que tinha "prometido" enquanto era oposição e enquanto era candidato.
O Sócrates desta promessa é o mesmo Sócrates que prometia a criação de 150.000 novos postos de trabalho e vemo-nos hoje perante a maior taxa de desemprego da última década.
O Sócrates desta promessa é o mesmo Sócrates de tantas outras que o traem hoje na sua própria confiança e que não lhe autorizam a propaganda da igualdade em troca de uma qualquer maioria absoluta.
Com Sócrates tudo pode acontecer: bloco central, maioria absoluta PS-CDS, maioria relativa com "queijos limianos" da direita ou mesmo a maioria absoluta de novo e muito falta de coragem para acabar com esta discriminação.
E é nestes cenários, todos misturados ou não, que a promessa do casamento entre pessoas do mesmo sexo de Sócrates vale o que vale: não vale nada! E do PS só temos uma certeza: é que há bem pouco tempo rejeitaram vergonhosamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo - o resto é propaganda falsa.
Quer o PS queira ou não, só há um partido que até hoje propôs e votou uma lei do casamento absolutamente igualitária (que não excluía a adopção): o Bloco de Esquerda, por duas vezes!!
Está na hora de percebermos onde está a confiança. E onde ela estiver, estará também o futuro. Está na hora da esquerda.
Bruno Maia
in Esquerda.Net
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