sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Soeiro Pereira Gomes...Escritor e Activista Politico...

Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Gestaçô, 14 de Abril de 1909 - Lisboa, 5 de Dezembro de 1949) foi um dos grandes nomes do neo-realismo literário em Portugal.
Militante
comunista, desenvolveu uma sensibilidade social muito grande, que se reflectiu no seu trabalho, onde está sempre presente a denúncia das desigualdades e das injustiças.
A sede nacional do
Partido Comunista Português, em Lisboa, tem o seu nome (Edifício Soeiro Pereira Gomes), assim como a rua onde se situa.
Biografia
Viveu em Espinho, dos 6 aos 10 anos de idade, onde recebeu a instrução primária e onde passou o Verão nos primeiros anos da sua vida.
Sendo filho de agricultores decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de
Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e, quando finalizou os estudos, viajou para Angola onde trabalhou por mais de um ano.
Quando regressou a Portugal, foi habitar em
Alhandra, onde vivia o seu sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, onde começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.
Mas foi o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do
realismo socialista em Portugal. Com apenas 20 anos, em 1939, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que constrastava no panorama cinzento das publicações censuradas pelo fascismo.
Entre os seus trabalhos conta-se a obra
Esteiros, publicada em 1941, considerada a sua obra-prima, ilustrada, na sua primeira edição, por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.
Devido à condição de militante comunista, Soeiro passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de
Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante até adoecer com cancro do pulmão, provavelmente consequência do tabaco e agravado pelas dificuldades da vida clandestina. Impedido, pela clandestinidade, de receber o tratamento médico que necessitava faleceu a 5 de Dezembro de 1949

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