quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Maria de Arruda Müller...Foi uma Poetisa Brasileira...

Maria de Arruda Müller (Cuiabá, 9 de dezembro de 1898 — Cuiabá, 4 de dezembro de 2003) foi uma professora e poetisa brasileira.
Participou ativamente da história política e cultural de Cuiabá e do estado de
Mato Grosso.
Biografia
Professora desde os dezesseis anos, Maria Müller deixou as salas de aula aos 96 anos de idade, por razões de saúde. Começou a vida profissional como auxiliar de professora.
Seu avô a presenteava com livros, estimulando e desenvolvendo o gosto pelo estudo. Aos cinco anos, já estava alfabetizada.
Comendadora da
Ordem Nacional do Mérito Educativo, grau de grande oficial. Primeira mulher a conquistar uma cadeira na Academia Mato-grossense de Letras, em 1930. Presidiu a LBA durante a Segunda Guerra Mundial, inclusive providenciando cuidados para com as famílias dos soldados.
Atuou na política, educação, literatura e cultura regional, sendo poetisa, com três livros publicados.
Em
2002, o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, entregou-lhe a comenda da Ordem Nacional do Mérito Educativo em mãos, na sua própria casa. Criada em 1955 pelo presidente Café Filho, essa comenda homenageia personalidades que prestaram serviços excepcionais à educação.
Fundou a primeira revista feminina de Mato Grosso, A Violeta. Colaborou em jornais como O Cruzeiro e A Cruz.

Casou em abril de 1919 com Júlio Strubing Müller, o interventor nomeado por Getúlio Vargas, de 1937 até 1945. No período da intervenção, fundou o Abrigo Bom Jesus, para crianças carentes, e o Abrigo dos Velhos. Em 1942, revelando seu lado de ativista feminina, fundou a Sociedade de Proteção à Maternidade e Infância de Cuiabá.
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Poema
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Aspiração
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Bojando a vela sobre o mar sem alma,
Vai, asa branca, ao ritmo do vento.
Circunfletindo, oscila e corta a espalma
Imensidão que espelha o firmamento.
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No ar rarefeito treme a leve palma...
Se a tempestade vier, o oceano é cruento...
E ela não sente quando a tarde é calma,
Insídias de borrasca em céu sedento.
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Quisera ver minha alma - neste instante -
Como a vela boiar, e se sumindo
No horizonte, indo além, bem mais distante...
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E indo a vogar meu pensamento com ela,
Livre da ronda das paixões (que lindo!)
Como a alvura que aclara a branca vela.

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