domingo, 14 de junho de 2009

Xeque-mate ao supervisor!...

Não concordo que se transforme num circo a audição com o governador do Banco de Portugal. Tão pouco gostaria de a ver transformada numa sessão cineclubista. Gostaria apenas de imaginar que Vítor Constâncio vai finalmente colaborar com a Comissão de Inquérito (CI), facultando a documentação que lhe tem sonegado e que alguns (e não apenas o "clima eleitoral" de Nuno Melo), têm tentado conseguir por portas travessas…
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As falhas da supervisão em Portugal nada têm a ver com o modelo praticado entre nós. Tem antes a ver com a displicência e a ineficácia com que tem sido exercida.Atente-se no caso BCP, onde situações inconcebíveis passaram a "leste da supervisão", ou no BPP, com novas e clamorosas falhas de supervisão.
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No BPN, inspecções realizadas mostravam ou indiciavam tudo ou quase tudo. Fazer perguntas certas no momento certo, e exigir respostas atempadas, foi coisa que o Banco de Portugal (BdP) pouco fez. Tal como nunca mandou fazer nenhuma auditoria externa ou ameaçou com a nomeação de administradores delegados. Só que o actual quadro legal permitia fazer tudo isso há muitos anos…
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Vítor Constâncio está muito debilitado e não há relatório do FMI que lhe valha. Em Novembro de 2008, num debate anterior à criação da CI, já eu perguntava a Vítor Constâncio se achava que tinha condições políticas e de credibilidade (até por causa da crise financeira global que desabava), para continuar em funções. Pelos vistos, Vítor Constâncio continua a pensar que sim…
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Lamentável foi a posição do PS ao impedir que a CI requeresse o levantamento do segredo profissional que o BdP usou para impedir o acesso a documentação e obstaculizar os trabalhos da Comissão.Não é aceitável que a CI, e a própria Assembleia (um órgão de soberania), pela mão do PS, tenham sido enxovalhados e subjugados às imposições de Constâncio.
Honório Novo
in JN

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