segunda-feira, 15 de junho de 2009

Política com aritmética...

De repente o cartão laranja a Sócrates, dado pelos eleitores que se deslocaram no passado dia 7 de Junho às urnas a pretexto das eleições europeias, voltou a colocar na agenda política a questão da governabilidade do País.
Está tudo em aberto para as legislativas, mas dificilmente algum partido conseguirá maioria absoluta.
É com base nesta premissa que voltam a colocar-se exercícios de aritmética política, que são sempre mais complicados à esquerda do PS do que à direita.
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É natural que a ala mais à esquerda do hemiciclo de S. Bento ganhe espaço na próxima legislatura, mas dificilmente PCP e Bloco aceitam viabilizar um Governo de Sócrates. O próximo Executivo vai ter de resolver a pesada herança da crise que obrigará os portugueses a mais sacrifícios, porque a situação financeira do Estado encontra-se à beira do abismo.
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Com o endividamento em 80% do PIB, um défice real na casa dos 6%, o próximo Governo vai ter de cortar despesas que inevitavelmente atingirão funcionários públicos e reformados.
Tal como já aconteceu em Espanha, mais tarde ou mais cedo, haverá nova subida de impostos.
O País, que viveu os últimos sete anos em tempo de vacas magras vai passar pelo tempo de vacas realmente esqueléticas, e isso torna ainda mais difícil entendimentos políticos de governabilidade com Bloco e PCP.
Armando Esteves Pereira
in CM

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