sábado, 13 de junho de 2009

Lotaria presidencial...

O financiamento partidário, tão unanimemente aprovado no Parlamento quanto chumbado fora dele, acumulava subsídios do Estado com eventuais generosos donativos. Tudo no mesmo saco. À porta de três eleições.
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Ainda bem que o PR vetou. Pena que não fosse pelas boas razões. Cavaco baixou o polegar não pela defesa do financiamento público, evitando "blocos de interesses", ou do modelo oposto para enraizar os partidos na sociedade. Aliás, a sua própria campanha despendeu grandes somas e obteve lucros. Conclusão: o veto não é ideológico nem moral. Mas também não é o elemento popular que motiva o PR. Senão, teria vetado, por exemplo, a lei da Segurança Social.
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Com a opinião pública ao rubro contra este financiamento, ficou claro que o que move o PR é o seu próprio prestígio. Daí a celeuma com o Estatuto dos Açores. Daí que homenageie Salgueiro Maia (embora há 20 anos desse a PIDES a pensão que lhe recusou).
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Daí que apoie Durão na Comissão, alegando que ser português é o mais "importante para os superiores interesses" do país, preferindo a nacionalidade às ideias. O poder às políticas. A imagem às acções. No caso do financiamento partidário, deu-se uma feliz coincidência. Mas sorte ou azar é pouco para uma presidência que anseia ser a bóia do regime.
Joana Amaral Dias
in CM

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