Voto obrigatório? Há quem diga que sim. Se, como se presume, a abstenção de hoje atingir valores estratosféricos, a solução está em arregimentar a carneirada e conduzi-la forçosamente às urnas.
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A medida, que existe no ‘estrangeiro’ (sempre esse argumento provinciano), promove a educação política dos nativos e reforça a legitimidade dos eleitos. Infelizmente, não promove nem reforça uma comunidade de homens livres: cidadãos que podem legitimamente optar por participar ou não participar nos assuntos da Cidade.
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Os defensores do voto obrigatório acreditam, como os Gregos, que não participar é sintoma de imoralidade ou idiotia. Os defensores deviam saber que a visão, para além de autoritária, acabaria por retirar à democracia o seu valor intrínseco: ser um espaço de escolhas.
E as escolhas, às vezes, também se fazem por omissão.
João Pereira Coutinho
in CM
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