quarta-feira, 10 de junho de 2009

Cartas da Patagónia


Cheguei finalmente à Patagónia sem qualquer percalço e com uma vantagem: posso ligar a televisão sem receio de me surgir imediatamente o Pinócrates a mandar bitaites e ameaçar jornalistas com processos judiciais por causa das cabalas e campanhas negras que o responsabilizam pelo que se passa na Sócralândia desde que é primeiro-ministro, o que ele nega com veemência, jurando a pés juntos que a culpa é da oposição e, em surdina, também da cooperação estratégica que já conta 10 vetos presidenciais.

Respirando de alívio, sempre vou acompanhando à distância e tranquilamente as últimas que o correspondente da Rádio Pinguim me vai fazendo chegar. Assim, tive a alegria de saber que o Pinócrates levou uma abada daquelas que só o Benfica costuma apanhar mas, ao contrário do clube do passaroco, não mudou de treinador e mais: afirmou que não vai alterar em nada o rumo da governação que seguiu até agora.

Como desde que se instalou em S. Bento mais não tem feito do que governar à direita com políticas neoliberais, os mais incautos podem supor que vai continuar a fazer o mesmo. Mas não. Lembrem-se que o Pinócrates é useiro e vezeiro em faltar à palavra dada e não cumprir promessas feitas solenemente, antes, durante e depois das campanhas eleitorais, ou no início, a meio ou no fim da legislatura.

Portanto é fácil prever o que se vai passar daqui até às eleições legislativas: o Pinócrates vai dar uma guinada de 180º ao leme e rumar à esquerda, tão à esquerda que vai atirar o BE e o PCP para a extrema direita. Acham estranho? Estranho é terem votado nele há quatro anos.

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