"Adeus, classe média, adeus", titulava ontem o suplemento de Economia do jornal ‘El Pais’. A classe média, pedra basilar do mundo ocidental, principal sustento do Estado-providência, está a ser fortemente atacada por esta severa crise.
Os rendimentos estão em risco, os empregos desaparecem e as pensões de reforma são ameaçadas.
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Na Europa mais rica, os substitutos da classe média são os mileuristas, jovens que, apesar de terem excelentes qualificações, não passam dos mil euros de salário mensal, normalmente em situações precárias. Nos países pobres da Europa, até os mil euros a recibos verdes parecem um sonho.
A bitola portuguesa desta geração precária não andará longe dos 500 ou 600 euros.Esta realidade geracional é facilmente visível.
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Muitas são as famílias em que os pais, de 50/60 anos, atingiram um nível decente de conforto, e os filhos sub-30, mesmo com mais qualificações, não conseguem sequer ter a esperança de manter um nível de vida semelhante.
Este empobrecimento lento é aterrador e constitui uma ameaça civilizacional.
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.O mundo que se desenha é mais injusto, mais inseguro e mais violento.
E se os lideres políticos não tiverem vontade nem engenho para mudar as coisas, o chamado modelo social europeu pode desaparecer e a Europa tornar-se um imenso Haiti.
Armando Esteves Pereira
in CM
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