segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Fiama Hasse Pais Brandão...Foi uma poetisa portuguesa...

Fiama Hasse Pais Brandão (Lisboa, 15 de Agosto de 1938 — Lisboa, 19 de Janeiro de 2007) foi uma escritora, poetisa, dramaturga, ensaísta e tradutora portuguesa.
A sua infância foi passada entre uma quinta em Carcavelos e o St. Julian's School. Foi estudante de Filologia Germânica na
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido um dos fundadores do Grupo de Teatro de Letras. Foi casada com Gastão Cruz.
Estreou-se como autora com Em Cada Pedra Um Voo Imóvel (1957), obra que lhe valeu o Prémio
Adolfo Casais Monteiro. Ganha notoriedade no meio literário com a revista/movimento Poesia 61, em que publica o texto «Morfismos».
É considerada como uma das mais importantes escritoras do movimento que revolucionou a poesia nos anos 60.
Foi premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O seu livro Cenas Vivas foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade no
teatro iniciou-se com um estágio, em 1964, no Teatro Experimental do Porto e com a frequência de um seminário de teatro de Adolfo Gutkin na Fundação Calouste Gulbenkian, em 1970.
Em 1974, foi um dos fundadores do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com Marina Pineda, de Federico García Lorca.
Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro, pela obra Os Chapéus de Chuva. É autora de várias peças de teatro.
Traduziu obras de
língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de John Updike, Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros.
Colaborou em publicações como
Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Revista Vértice, Plano, Colóquio-Letras, Hífen, Relâmpago e A Phala.
.
A um poema
.
A meio deste inverno começaram
a cair folhas demais. Um excessivo
tom amarelado nas imagens.
Quando falei em imagem
ia falar de solo. Evitei o
imediato, a palavra mais cromática.
.
O desfolhar habitual das memórias é
agora mais geral e também mais súbito.
Mas falaria de árvores, de plátanos,
com relativa evidência. Maior
ou menor distância, ou chamar-Ihe-ei
rigor evocativo, em nada diminui
.
sequer no poema a emoção abrupta.
Tão perturbada com a intensa mancha
colorida. Umas passadas hesitantes.
entre formas vulgares e tão diferentes.
A descrição distante. Sobretudo esta
alheada distância em relação a um Poema.

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