segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Basta de ultrajes




De um "velho" Camarada recebi esta síntese da burocracia a que, as nossas Famílias, têm de sujeitar-se, sob pena de perderem todos os direitos adquiridos ao longo da nossa carreira de combatentes numa guerra que durou demasiado tempo.
Por ignorância, ou distracção, acontece, frequentemente, perderem apoios legais para os quais contribuímos sem falhas com os respectivos descontos.
Se este Estado e o respectivo Ministério fossem decentes, claro que nada disto aconteceria.
Ninguém, melhor do que eles, sabe quem somos e que direitos têm os que de nós dependem, depois de partirmos.
Não é, comprovadamente, o caso!
Temos assistido, desde que a guerra acabou, a um ataque sistemático aos direitos que nos cabem. Não só por termos estado na linha da frente - da guerra, à implementação do Estado Democrático de Direito em que é formal e constitucionalmente vivermos, como termos pago, através das devidas contribuições, o apoio social que ora nos é devido.
Apoio esse a que, sucessivos governos capitaneados por refractários, desertores e incapazes para o cumprimento do Serviço Militar, têm aproveitado - para resolver problemas complexos que Freud há muito explicou - para se vingarem, nos militares, das suas frustrações.
É por isso que importa difundir ao máximo esta mensagem do meu Camarada R.S.
No mínimo, porque a nossa paciência também tem limites.
Interessa-nos a todos, militares ou civis.
Como muito bem disse Mouzinho, na "Carta ao Príncipe Real":
"Este Reino é Obra de Soldados".
Não os desprezem!

Álvaro Fernandes

1 comentário:

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Amigo e Companheiro, aqui sim, de muitas e velhas lutas:

Concordando em absoluto com tudo o exposto, não posso deixar de reforçar e aplaudir os últimos quatro parágrafos.
Esse é o meu pensamento há muitos, muitos anos e sempre o tenho publicado e defendido.

Não sendo já militar, como sabe, venho a terreiro pela justeza do que se requer.
Todos os que fizeram a "guerra colonial" e se identificam com a luta contra a tirania da ditadura, se não se submeterem a títeres dos referidos, principalmente após Novembro, são esmagados pela afronta e pela desigualdade de oportunidades, vendo cerceados os seus mais legítimos e democráticos direitos. Atrevo-me a dizer que são mais mal tratados do que a ditadura nos tratava. E olhados de enviesado, o que é confrangedor. Os da manjedoura, recebem louvoures e prebendas, com direito a vida de nababo, desde que a espinha esteja curvada e a boca calada.

Chego a ter repugnância de muitos dos actos que me chegam ao conhecimento. E são todos os dias.

Não seremos poetas. Mas castrados não o somos certamente.

Terá de chegar o alvorecer. Os toques a rebate, embora ainda em surdina, vão-se sucedendo. Só espero ainda cá estar e poder dar uma achega (outra vez).
Mas que vamos muito mal, vamos.

Fraterno abraço e melhoras,
Jerónimo Sardinha