Almeida Santos e as faltas dos deputados:
« Não se paga aos deputados o suficiente para que sejam todos apenas profissionais. Quanto às justificações para as faltas, é verdade que a sexta-feira é, em si própria uma justificação, porque é véspera de fim-de-semana. Eu compreendo isso. Talvez esteja errado que as votações sejam à sexta-feira. Não julguemos também que ser deputado é uma escravatura, porque não é, nem pode ser. É preciso é arranjar horas para a votação que não sejam as horas em que normalmente seja mais difícil e mais penoso estar na Assembleia da República».
Os deputados ganham apenas 3708 euros de salário-base,mais 10% do salário para despesas de representação, entre outras regalias
http://www.inverbis.net/sistemapolitico/deputados-abonos-duplicam-vencimento.html
Para qualquer trabalhador, a sexta-feira é, em si própria uma justificação para faltar ao trabalho, aliás, acho que tal justificação está mesmo contemplada no novo código de trabalho.
Ser deputado não pode ser uma escravatura - escravatura é para os trabalhadores a recibos verdes, para os trabalhadores que acumulam horas em cima de horas sem a devida compensação, para os trabalhadores com horários tão flexíveis que não os conseguem conciliar com a vida familiar.
É, portanto, penoso estar na Assembleia da República à 6ªF...
pois o Sr. Almeida Santos não se apercebe de quão penoso é para nós ouvir frases tão ofensivas para quem, de facto, trabalha.
VALIA-LHE MAIS ESTAR CALADO!!!
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' Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas...'
Guerra Junqueiro, escrito em 1886
Recebido por email
2 comentários:
Este senhor Almeida Santos, deputado desde a Assembleia Constituinte e, depois, da Assembleia da República - de que chegou a ser presidente - não é um ignoto cidadão, que se tenha retirado da chamada "vida política".
Continua a ser o Presidente do Partido Socialista.
Claro que, o executivo, é o secretário-geral: o famoso, omnipresente, omnisciente e ubíquo Sócrates que tanto surge na pele de secretário-geral do PS como na de primeiro-ministro nas respostas que vai dando [quando lhe convém] à dúvidas dos jornalistas.
Mas este tipo de declarações públicas, fez-me lembrar outro famoso advogado e deputado - nesse caso do PPD - que proclamou:
"O meu vencimento de deputado não me chega para comprar os charutos."
Não cito o nome porque a criatura já não está entre nós, e tenho por norma respeitar os mortos.
Os do meu tempo sabem, com certeza, de quem é essa famosa frase. Os mais novos perguntem aos pais ou avós de quem se trata.
Moral da história:
com todo o respeito que tenho pelos palhaços, esta palhaçada dos deputados que temos é... o maior espectáculo do mundo. O circo que me desculpe a comparação. Tenho a certeza que nenhum Circo contratava este tipo de "malabaristas" que são os deputados e governantes portugueses.
Nem na Patagónia que é, como sabem, a capital de quem os elege, conseguirão sempre a vitória e impunidade que, até agora, têm obtido.
Pois é. Para dizer tais barbaridades, mais valia estar calado. Pelo menos mantinha sua respeitabilidade. Porque disse apenas frases ofensivas e insultuosas para 80% dos portugueses, aqueles que trabalham 10, ou 12, ou 14 horas por dia, os que trabalham a recibos verdes, os que são enganados pelos patrões com os descontos para a Segurança Social que não entregam, os desempregados, etc, etc, etc.
Em que planeta vive esta criatura?
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