segunda-feira, 11 de maio de 2009

Todos brincam com o fogo de Setúbal...

Os distúrbios de Setúbal são uma treta sem importância nenhuma. Uns putos revoltados pela morte de um amigo pela polícia, responderam com pedradas e uns tiros.
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A polícia que pelo visto não consegue um ambiente de trégua na zona envolvendo as várias entidades próximas, desatou também aos tiros, repetindo no fundo a mesma atitude dos miúdos.
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O alarido, o aparato e o ar de empertigado do ministro, nada ajudam à calma. Sócrates veio ainda lançar gasolina no lume ao dizer aquela frase superior:"nas democracias não se bate na polícia!". Oh, senhor primeiro-ministro: parece que é mesmo nas democracias que os polícias levam à grande!".
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O que está a acontecer ainda não é uma revolta organizada, nem o rebentar do vulcão que fervilha há já alguns anos à volta das grandes cidades do país. Ninguém com consciência política e social pode esconder que numa zona com vinte e tal por cento de desemprego, mistura de culturas e, sobretudo, com um total desencanto pelo dia de amanhã possa haver paz social, harmonia e cânticos de igreja.
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Ali nem um Magalhães em cada lar, ligado à internet, poderia acalmar os ânimos de uma geração deslocada, marginalizada.
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Quando Paulo Portas vem com aquele ar de mauzão que gosta de polícias, está a ignorar que sem enquadramento social eficaz, não há segurança, nem paz. Ali há fome, desprezo e humilhação social.
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Queriam o quê ? Milagres? Meninos do côro?
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O aparato exagerado da polícia só provoca mais a situação. A segurança deveria ser forte e discreta, eficaz sem arrogância.Se continuarem todos a fazer daquilo um espectáculo para as televisões e um pretexto para guerrilhas de partidos, não se admirem que a onda de violência se espalhe a outros bairros da grande Lisboa.
É só a malta perceber que aquilo dá para aparecer na televisão.
in Blog Instante Fatal

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