«MP trata a PJ como um Ferrari na auto-estrada a 60 km/hora»
Barra da Costa critica Justiça em Portugal e aponta algumas soluções para os problemas de insegurança do país
O criminalista Barra da Costa deixa duras críticas à Justiça portuguesa. «O Ministério Público trata a PJ como um Ferrari na auto-estrada a 60 km/hora. Temos muitas potencialidades, mas não são aproveitadas», afirmou durante o IV Congresso de Criminologia, que decorreu no Porto.
O antigo inspector-chefe da PJ criticou ainda a «pirotecnia legislativa» e a politização da segurança. «Agora que estamos em ano de eleições, toda a gente se lembra da segurança» e a posição dos portugueses em relação ao crime e aos criminosos. «As pessoas não querem actos de vandalismo, mas o criminoso, coitadinho é vítima da sociedade e não devemos fazer-lhe muito mal».
Quando questionado pela plateia sobre que fórmulas poderiam resolver o problema da criminalidade em Portugal, Barra da Costa afirmou que «retirava o ministro da Administração Interna, fechava as Faculdades de Direito por um ano e recompunha a PJ». Depois explicou aos jornalistas que a alusão ao ministro pretendia significar uma alteração de políticas para o sector. «O problema não é este ministro, porque depois vem outro e faz igual. Temos que acabar com as leis mal feitas, pôr o MP a fazer aquilo que devia estar a fazer e deixar a PJ a investigar», disse. E adiantou: «Se o Ministério Público controla a PJ e exige conhecimento prévio de algumas situações, pode sempre informar o Governo sobre essas situações», alertou.
Para o criminalista, o maior problema é que há um sentimento de impunidade generalizada, o que explica situações como a do bairro da Bela Vista. «As classes baixas imitam as classe altas. Se o ministro não pagou a Sisa e não lhe aconteceu nada, se o Valentim faz o que quer e não lhe acontece nada, por que me há-de acontecer a mim? Isto é o que eles pensam», diz Barra da Costa.
In Portugal diário
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