Na noite de segunda-feira, assisti à entrevista que o casal McCann deu a Oprah, retransmitida pela SIC.
Dois anos depois do desaparecimento da filha, o casal continua a sua cruzada emocional pelo rapto. Oprah fez-lhes, aliás, um excelente serviço, vertendo até, aqui e ali, uma lágrima amiga. Contudo, não lhes fez algumas perguntas que se justificavam.
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Não perguntou a Kate como foi possível ela deixar os seus dois gémeos a dormir num quarto de onde teria sido "raptada" a filha, quarto esse onde estava uma janela aberta, indo chamar os amigos que estavam a mais de cem metros dali!.Não lhes perguntou porque é que eles, perante o "desaparecimento" da filha e tendo uma amiga do casal dito que vira um homem com uma criança ao colo minutos antes, não falaram imediatamente para a polícia, tendo demorado mais de hora e meia para o fazer! Não lhes perguntou também o que pensam da família irlandesa que viu o pai de Maddie com uma criança igual a ela ao colo, à mesma hora que ela teria supostamente sido "raptada"! E, por fim, não lhes perguntou se são amigos do primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, e se ele interveio directamente no caso.
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Assim, foi fácil ao casal McCann passar a sua imagem, sofrida mas sempre empenhada no milagre do reaparecimento da filha. Infelizmente, não julgo ser isso possível.
Continuo, desde a primeira hora, incluído no grupo daqueles que suspeitam fortemente dos pais, e que criaram a convicção de que eles sabem que a criança morreu no apartamento..Não gerei esta convicção com leveza.
Li tudo sobre o caso, e continuo sem perceber como é que, com tantos indícios a apontarem para a culpa do casal McCann, o Ministério Público decidiu arquivar o caso. É lamentável que não se tenham investigado certos personagens que podem ter ajudado os McCann, como o padre anglicano da Praia da Luz, Haynes Hubbard, e a sua mulher, Susan.
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Acredito sinceramente que, sendo Gerry McCann amigo pessoal do primeiro--ministro inglês, Gordon Brown, este usou o seu poder para ajudar o casal e para colocar a PJ em maus lençóis. Sem dúvida que se tratou de um arquivamento político, evitando assim o Governo português uma crise de relacionamento com o Governo inglês.
Mais uma vez, reavivando um péssimo hábito histórico, amochámos perante os ingleses.
É lamentável que tenha sido assim e que, com tantos indícios contra eles, os McCann em vez de irem dar entrevistas à Oprah não estejam a ser julgados num tribunal português.
Domingos Amaral
in CM
quarta-feira, 6 de maio de 2009
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