segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Rachel de Queiroz...Para muitos, a maior escritora brasileira...

Rachel de Queiroz (Fortaleza, 17 de novembro de 1910Rio de Janeiro, 4 de novembro de 2003) foi uma tradutora, escritora, jornalista e dramaturga brasileira.
Autora de destaque na
ficção social nordestina. Foi primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em 1993, foi a primeira mulher galardoada com o Prêmio Camões, equivalente ao nobel da língua portuguesa. É considerada por muitos como a maior escritora brasileira.
Biografia
Em 1917, sua família fugiu da seca para o Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retornaram para Fortaleza dois anos depois.
Em
1925 concluiu o curso normal no Colégio da Imaculada Conceição. Estreou na imprensa no jornal O Ceará, escrevendo crônicas e poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano lançou em forma de folhetim o primeiro romance, História de um Nome.
Aos vinte anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar
O Quinze (1930), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de seus personagens, tem papel de destaque no desenvolvimento do romance nordestino.
Já escritora consagrada, mudou-se para o Rio de Janeiro em
1939. No mesmo ano foi agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreveu ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).
Lançou Dôra, Doralina em 1975, ápos lançou
Memorial de Maria Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina adaptada para a televisão em 1994.
Na juventude apresentou tendências esquerdistas, sendo presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista. Exemplares de seus romances foram queimados mas apoiou a ditadura militar que se instalou no Brasil em 1964. Publicou um volume de memórias em 1998.
Morreu de problemas cardíacos, no seu apartamento, dias antes de completar 93 anos.
Sua eleição, em
4 de novembro de 1977 para a cadeira 5 da ABL, causou certo frisson nas feministas de então.
Poema
.
Geometria dos ventos
.
Eis que temos aqui a Poesia,
a grande Poesia.
Que não oferece signos
nem linguagem específica, não respeita
sequer os limites do idioma. Ela flui, como um rio.
como o sangue nas artérias,
tão espontânea que nem se sabe como foi escrita.
E ao mesmo tempo tão elaborada
- feito uma flor na sua perfeição minuciosa,
um cristal que se arranca da terra
já dentro da geometria impecável
da sua lapidação.
Onde se conta uma história,
onde se vive um delírio; onde a condição humana exacerba,
até à fronteira da loucura,
junto com Vincent e os seus girassóis de fogo,
à sombra de Eva Braun, envolta no mistério ao
mesmo tempo
fácil e insolúvel da sua tragédia.
Sim, é o encontro com a Poesia.

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