segunda-feira, 17 de novembro de 2008

FRASES

A marca da actualidade política num desenho de Duffy: "A herança que George W. Bush deixa ao seu sucessor."
Bush escreve uma mensagem para o novo inquilino da Casa Branca: "Não é necessário arranjar animais de estimação [para as filhas de Obama] porque eu deixo uma grande colecção deles."
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Algumas frases merecedoras de reflexão publicadas nos órgãos de comunicação social durante as últimas semanas:
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“Portugal, tendo sido o país da União Europeia que mais beneficiou [per capita] de fundos comunitários, não pára de se distanciar da Europa.”
João Wengorovius Meneses, Diário Económico.
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“Em Portugal, os ‘ricos’, os partidos e os ‘media’ ainda detêm um poder desproporcionado face aos cidadãos – próprio, aliás, das sociedades pré-modernas.”
Idem, ibidem.
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“Portugal é um concentrado de deprimidos. […] A ‘desistência’ das elites, substituída por uma casta de medíocres, transformou-nos numa espécie de carpideiras.”
Baptista-Bastos, Diário de Notícias.
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“O que Sócrates diz não inspira confiança a ninguém.”
Vasco Graça Moura, Idem.
(Comentário meu: Eu também digo o mesmo).
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“Se não promete um amanhã melhor para que serve um político?”
Fernando Sobral, Jornal de Negócios.
(O autor desta frase deixou o pressuposto de que a promessa de um amanhã melhor é inerente ao exercício da política, portanto é inerente aos políticos, mesmo que a verdade seja prejudicada. Logo, mentir é inerente à actividade política e aos políticos. Então podemos contrapor: “Abaixo a mentira na política, abaixo os políticos que usam a mentira como ferramenta política. Viva a moralização da política.”)
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"As notórias falhas do regulador no caso BPN demonstram apenas e só que a fraude e a sua detecção estão como o doping e o seu controlo: o crime anda a velocidade supersónica e a sua punição anda a passo.”
Editorial, Diário de Notícias.
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“Por muitos polícias que se ponham nas ruas ou nos bancos, o crime continuará a existir enquanto compensar.”
Pedro Marques Pereira, Diário Económico.(Alusão ao caso BPN)
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“É mais fácil apanhar assaltantes de ourivesaria do que banqueiros sem escrúpulos.”
Armando Esteves Pereira, Correio da Manhã. (Outra alusão ao caso BPN e ao assalto à agência do BES [Banco Espírito Santo]).
(Comentário meu: Continuará a ser difícil apanhar crimes de colarinho branco enquanto os partidos que alternam no governo não tiverem vontade política de reprimir este tipo de crimes cometidos normalmente pela classe política e/ou possidente.)
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"Os órgãos de comunicação social organizam e filtram a informação, privilegiando este ou aquele poder.”
(Frase escrita no Blog http://kontrastes.org/ a propósito da afirmação de Manuela Ferreira Leite de que os media descriminam o tempo de antena da informação partidária.)
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“A avaliação dos professores só faz sentido num sistema que seja capaz de se avaliar a si próprio.”
Mª José Nogueira Pinto, Diário de Notícias.
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“Quanto mais a drª Manuela Ferreira Leite fala – não há fome que não dê em fartura […] – mais se generaliza a ideia de que a bizarra estratégia do silêncio, afinal, até era capaz de não ser pior para o PSD.”
Pedro da Silva Pereira, Jornal Expresso.
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“Desde que Cavaco Silva assumiu as funções de Presidente da República, o PSD faz o que pode e não pode para fomentar um conflito institucional entre o Presidente e o Governo.”
Emídio Rangel, Correio da Manhã.
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“Em Portugal estamos habituados às crises. Em rigor, este século ainda não saímos da crise.”
João Caiado Guerreiro, Semanário Económico.
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“Por enquanto a crise ainda beneficia o Governo de José Sócrates, mas se a palavra ‘recessão’ começa a dominar o léxico quotidiano, será de esperar que a pressão da ‘rua’ em ano de eleições seja maior.”
Bruno Faria Lopes, Diário Económico.
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“Os portugueses experimentam por estes dias um certo alívio. […] Quase parece que a crise financeira esta a passar ao lado da economia real. Puro engano. A segunda fase da crise está prestes a chegar ao cidadão comum, com consequências previsíveis."
Gisa Martinho, Semanário Económico.
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“É preciso dizer que apesar dos esforços feitos pelos Estados para salvar a Banca, serão os mais desfavorecidos quem vai pagar esta crise.”
Mário Contumélias, Jornal de Notícias.
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“Gerir uma economia como uma dona de casa, por intuição e a fiado, sai sempre caro. Se não aos actuais contribuintes, aos seus filhos.”
Pedro Santos Guerreiro, Jornal de Negócios.
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“Uma conclusão se impõe desta crise: ela porá fim à economia do endividamento em que vivemos nos últimos anos.”
José Santos Teixeira, Diário Económico.
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“A História é escrita pelos vencedores e a verdade é que muitas vezes os vencidos têm dela uma versão diferente, embora essa versão tenda a permanecer silenciada. […] E a questão é esta: se Salazar era assim tão mau, por que razão uma importante parte das pessoas do País gostava dele?”
José Eduardo dos Santos, Diário de Notícias.
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A minha favorita desta colecção é esta:
“Rir de tudo é coisa de tolos, mas não rir de coisa alguma é coisa dos estúpidos.”
Erasmo de Roterdão, humanista holandês, (1466-1536).

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