O espectáculo dado pelo PS ao recusar ouvir Dias Loureiro e Cadilhe mostra o desnorte a que chegou a sua maioria absoluta. A cegueira política é tanta que já nem atende aos recados de Vitorino ou António Costa. Não há de facto razão que justifique a rejeição de propostas (do PCP e BE) para ouvir quem conhece bem o processo BPN…
Tal como no BCP, ouvimos Constâncio tecer loas à supervisão do Banco de Portugal (BdP), depois de (quase) toda a gente dizer e escrever que "cheirava a esturro" no BPN.
Por outro lado, Cadilhe diz que o BdP cometeu "falhas graves e prolongadas" no BPN. Mas no Parlamento só se ouviram os argumentos de Constâncio.
Ficou por ouvir - pela força dos votos do PS que decidiram suspender a democracia - a versão que sustenta o falhanço da supervisão!
Ninguém recorda uma pessoa pública manifestar interesse em ser ouvida numa comissão parlamentar e esta recusar. Até que esta maioria absoluta fez (triste) história parlamentar, recusando ouvir Loureiro, ex-deputado, ex-ministro, ex-presidente da SLN, actual Conselheiro de Estado!
Então, (disse o PS), "temos que ouvir alguém só porque quer ser ouvido"?
Então, (disse o PS), pode lá ser "os deputados terem intervenção política num caso que está em investigação judicial"?
Argumentos que, confirmando a forma como o PS encara a relação entre Parlamento e cidadãos, mostram irracionalidade primária pois a supervisão (pelo menos para já) não está sob investigação...
Argumentos que vão ser engolidos já hoje quando se votar a audição do Procurador-Geral da República, proposta pelo … PS! A única pessoa que nada saberá sobre o BPN ou a supervisão bancária, e que mesmo que soubesse nada poderia dizer, por só poder conhecer factos sob investigação ou em segredo de justiça, é a única que o PS quer ouvir!
Como prova de falta de vergonha política, aqui fica o testemunho duma cambalhota do PS que, contudo, nem sequer consegue "tapar o sol com a peneira".
Honório Novo
in JN
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1 comentário:
Esta maioria sofre cada vez mais de uma grande falta de vergonha. É só o que me ocorre comentar sobre o despudor que ataca a nossa classe política.
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