Biografia
Licenciou-se em Medicina na Escola Médica do Porto, onde também foi professor, mas foi principalmente à literatura que dedicou a maior parte da sua curta vida.
Utilizou vários pseudónimos, sendo Júlio Dinis o principal e o que o tornou mais conhecido.
É por muitos considerado como um escritor de transição entre o fim do Romantismo e o princípio do Realismo. Embora tenha escrito poesia e teatro, notabilizou-se principalmente como romancista.
Sofria de tuberculose, e devido a essa doença foi viver para zonas rurais como a Madeira e Ovar, onde tomou conhecimento da vida das gentes do campo, principal tema da sua obra, onde demonstrava uma grande preocupação pela descrição realista das aldeias e das pessoas, assim como dos seus problemas sociais.
Sobre a sua passagem pela zona rural de Ovar existe muita controvérsia, pois estudiosos (Dra. Maria José Ramos e outros) indicam que a sua estadia terá sido em Grijó, que pertence a Vila Nova de Gaia, o que se coaduna em termos geográficos com as diversas referências implícitas nas suas várias obras, especialmente em A Morgadinha dos Canaviais e As Pupilas do Senhor Reitor. Nesta vila de Grijó encontram-se várias placas alusivas à sua vida nesta terra, nomeadamente na Quinta do Mosteiro e na Quinta da Fábrica, no lugar do Loureiro.
Morreu em 1871, com 31 anos vítima da tuberculose, tal como sua mãe e os seus dois irmãos.
Júlio teve seus primeiros textos publicados em O Grinaldo e em O Jornal do Comercio.
Obra
As Pupilas do Senhor Reitor (1867)
A Morgadinha dos Canaviais (1868)
Uma Família Inglesa (1868)
Serões da Província (1870)
Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871)
Poesias (1873)
Inéditos e Dispersos (1910)
Teatro Inédito (1946-1947)
Poema
És bela, sim, quando, corando, foges
Dum beijo perseguida
Ou quando cedes com mais pejo ainda
Mas na luta vencida
És bela, sim, quando, banhada em lágrimas
Soltas mimosas queixas
Ou quando, comovida por meus prantos
Já ameigar-te deixas
És bela, sim, à luz do sol-nascente
Regando tuas flores
Ou com os olhos no ocaso e o pensamento
No país dos amores
És bela sempre e o mesmo fogo acendes
No coração do poeta
És bela sempre, ó linda flor do prado
Ó mimosa violeta (concha)
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