Há gente que não devia estar na política, mas no "cattering" (e, se calhar, contra todas as evidências, é onde está). Cinco anos, 650 mil mortos e 4 milhões de deslocados depois de ter servido o almoço das Lajes a Bush, Aznar & Blair, esticando o pescoço para ficar na fotografia, Durão Barroso apressou-se a saudar efusivamente a eleição de Barack Obama, pedindo o seu apoio para vencer uma crise financeira que, segundo o próprio Obama, tem relação directa com a invasão do Iraque, onde os EUA enterraram até hoje, além de milhares de soldados e da sua credibilidade internacional, 500 mil milhões de dólares.
Agora que Bush está de saída, chegou a altura de Durão o negar três vezes antes que o galo da sua ambicionada reeleição cante.
Diz ele (que não tardará a defender um dia destes a retirada do Iraque) que não deu apoio a Bush, mas aos Estados Unidos, e que foi aos Estados Unidos, e não a Bush e à sua política externa, a quem serviu croquetes nos Açores.
O segredo do sucesso na indústria de prestação de serviços não é ter ideias próprias, mas ter as ideias que, em cada momento, "estão a dar".
Manuel António Pina
in JN
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