Cultura de células estaminais em placa de Petri.
Células estaminais de pequenos embriões podem ser usadas para restaurar a audição e a visão de animais, informaram investigadores na Terça-Feira, dia 18 de Novembro de 2008, no que se acredita ser uma experiência científica inédita na procura de tratamento de deficiências em seres humanos.
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Uma equipa recuperou a audição de porquinhos-da-índia com a aplicação de células estaminais humanas retiradas da medula óssea, enquanto que outra equipa criou olhos funcionais em girinos utilizando células estaminais de rãs.
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Embora não exista aplicação imediata em humanos, os médicos e investigadores afirmam que as conclusões destas experiências ajudam a conhecer alguns dos processos biológicos básicos da audição e da visão que podem ajudar no desenvolvimento da medicina regenerativa.
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“Estas descobertas ilustram o extraordinário potencial da investigação das células estaminais no tratamento de um largo espectro de doenças mortais ou incapacitantes que afectam milhões de pessoas em todo o mundo,” disse Anand Swaroop, um investigador e estudioso de células estaminais do Instituo Nacional da Visão, um dos departamentos do Instituto Nacional da Saúde da Coreia do Sul. O Dr. Sujeong Jang e os seus colegas da Chonnam University, em Gwang-ju, na Coreia do Sul, utilizaram células estaminais mesenquimais da medula óssea humana para restaurar a audição de ratinhos-da-índia que tinha sido deliberadamente destruída por meios químicos.
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Eles cultivaram células nervosas a partir das células estaminais em placas de Petri e transplantaram-nas dentro dos ouvidos internos dos porquinhos-da-índia. Três meses depois, os animais reagiam a estímulos auditivos. Eles ouviam. Foi Jang quem narrou a história desta experimentação.
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Acrescentou também que eles estavam muito interessados em fazer uma experiência equivalente em humanos. “Quando as células nervosas sensoriais do ouvido interno de humanos e outros mamíferos são mortas - por exposição frequente a ruídos muito intensos, ataques do sistema imunológico, drogas tóxicas, traumatismo por acidente, ou pelo processo de envelhecimento - o dano é irreversível”, disse Jang na conferência de imprensa.
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“As aves e os répteis têm mais sorte. As suas células nervosas do ouvido interno têm aparentemente a capacidade de se regenerar e de recuperar a audição normal.”
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A outra experiência também importante foi conduzida por Michael Zuber e um grupo de colegas da Universidade Médica Estadual de Syracuse, Estado de Nova Iorque. Eles criaram olhos funcionais com células estaminais em embriões invisuais de rãs.
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Normalmente, as células estaminais das rãs formam apenas pele quando cultivadas numa placa de Petri. A equipa de Zuber adicionou sete “factores” genéticos (isto é genes) que funcionaram como meios de diferenciação celular para que os olhos fossem gerados e cumprissem a sua função normal. Quando eles “transplantaram as células transformadas para os embriões das rãs, os girinos resultantes podiam ver com esses olhos”, afirmou Zuber aos presentes numa reunião.
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Para verificar se os girinos viam, eles cobriram parte do tanque com papel branco translúcido e a outra parte do mesmo tanque com papel opaco negro. Os girinos normais permanecem sempre na parte iluminada do tanque coberta pelo papel branco. Zuber mostrou ao auditório um vídeo que mostrava os girinos cegos a nadar erraticamente pelo tanque enquanto que os girinos com as células transplantadas permaneciam no lado iluminado do tanque.
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Os exames genéticos às células demonstraram que as células estaminais se tinham transformado em diferentes tipos de células especializadas para dar origem aos globos oculares, num processo conhecido por “diferenciação celular”. “Todas as células que compõem o globo ocular estavam lá”, disse Zuber.
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Ele não vê nesta experimentação qualquer uso imediato para humanos, dado o conhecimento ainda incipiente desta matéria, mas acentua que a criação de diferentes tipos de células é o grande objectivo da medicina regenerativa. Pelo menos, esta experiência prova que há a possibilidade de recuperar a visão através do uso de células estaminais, o que só por si não é pouco.
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“A retina, como todos os órgãos do nosso corpo, contem muitos tipos de células especializadas. Portanto, a recuperação bem sucedida da cegueira adquirida por traumatismo ou por doença implicará a substituição funcional de células de todos os tipos que constituem o globo ocular”, disse Zuber.
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Estas duas experiências trazem novas esperanças para os tratamentos da surdez e da cegueira adquiridas, e talvez de natureza genética, em futuro não longínquo.
Reuters
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
CÉLULAS ESTAMINAIS RESTAURAM AUDIÇÃO E VISÃO DE ANIMAIS
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CÉLULAS ESTAMINAIS,
CÉLULAS TRONCO
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