"Assisti ontem (6 de Novembro) à entrevista que o Sr Ministro da Defesa deu à SIC Notícias (Jornal das 9), repetição, aliás, de igual entrevista dada dias antes ao Telejornal da RTP 1.
De entre as muitas surpreendentes afirmações, que mereceriam comentário, retive (por ser um elemento concreto) a informação de que as comparticipações da ADM estavam quase regularizadas, porquanto já estão processados os processos de Junho, Julho e parte de Agosto" (sic).
Admirado por não receber há mais de seis meses as comparticipações que me são devidas, dirigi-me à ADM, onde fiquei a saber:Os recibos enviados pelos beneficiários à ADM passam por um tratamento em três fases:
PROCESSADO - corresponde ao registo de entrada nos Serviços e ao cálculo da comparticipação a atribuir.
LIQUIDADO - corresponde à emissão da autorização interna para proceder ao pagamento.
PAGO - traduz-se no pagamento efectivo ao beneficiário (normalmente por transferência para a respectiva conta bancária).
Não espanta, assim, que o "processamento" seja rápido, só admira que ainda sejam necessários dois meses para o fazer...Quanto ao "pagamento" (que é o que interessa ao beneficiário e o que está verdadeiramente em causa) só pode ser efectuado "quando houver verba", o que não acontece com a celeridade que o Sr Ministro fez crer a quantos o ouviram.
Assim, o Sr Ministro não pode ser acusado de ter faltado à verdade.Mas o Sr Ministro faltou à ética.
A "sua verdade" levou os telespectadores a convencerem-se, uma vez mais, de que os militares não têm razão. Injustificavelmente impacientes, não aceitam "um atraso de dois meses" para cobrarem os seus "privilégios".A verdade dos militares é, porém, outra.
Continuam a receber, com injustificável atraso, as comparticipações a que têm direito. E a verem os responsáveis políticos contribuirem diariamente para o seu desprestígio perante a Nação.Verdade que os problemas velhos de dez a quinze anos (segundo o Sr Ministro) "estão a ser trabalhados".
Pode ser que daqui a mais dez ou quinze venham a estar resolvidos...
Mariz Fernandes
Major General na reforma
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