Era uma vez
Uma vez em que…
a Humanidade começou a olhar para si própria e, observando o comportamento de muitos dos seus membros, decidiu tentar que a espécie humana vivesse racionalmente em inter-ajuda e harmonia com o planeta que lhe coube como a Terra privilegiada em que nasceu, se desenvolveu e (ainda) habita.
Desde muito cedo – ainda os seres humanos todos eram em número inferior ao de qualquer das cidades com muito mais habitantes do que os dez milhões+três da nossa diáspora – e já houve quem escrevesse textos Sagrados (para os Crentes, e : refiro-me à Bíblia e aos Evangelhos, que respeito , como agnóstico assumido , tanto ou mais do que algumas “verdades” científicas que vão mudando à medida em que os meios à disposição da experimentação e dos meios de diagnóstico ficam disponíveis (em velocidade vertiginosa).
Também, desde muito jovem me interessei em conhecer e tentar interpretar o Evangelho Social da Igreja; e, pouco mais tarde, em ler todas “as candongas” de Hegel, Engels, e Marx que alguns livreiros amigos me iam vendendo debaixo do balcão.
Confesso que, entre “O Capital “, de Marx e a doutrina social da Igreja, não encontrei diferenças que ultrapassem o método e nível de intervenção. As preocupações sociais são semelhantes… para não dizer idênticas. A ética e a moral, lá estão, sem tirar ou acrescentar ponto e vírgula.
Jesus Cristo expulsou os vendilhões do templo. Marx abriu caminho aos bolcheviques para assaltarem Palácio de Inverno. Nenhum deles foi, é, ou será responsável pelo que arrivistas, parasitas e outros que, em seu nome, desvirtuaram a doutrina e teoria, em proveito próprio.
Mas, qualquer desses vendilhões, mafiosos, ladrões e criminosos, a História vai-se encarregando de tratar como merecem; com mais ou menos dificuldade… em mais ou menos tempo: a Justiça há-de triunfar. E, à medida que todos vamos compreendendo melhor quem nos tem explorado…cá fico eu a pedir-vos que leiam O Evangelho, e Marx.
Infelizmente – e neste início do novo milénio – somos diariamente violentados por “novidades” de descobertas policiais, judiciais e jornalísticas – com “nomes” filtrados a conta-gotas da elite mafiosa que nos tem explorado e conduzido Portugal à ruína, ensacando à ganância, tudo o que têm conseguido roubar.
Até agora – e com o velho hábito dos chamados “brandos costumes” – lá se têm safado: mudando as leis. Prorrogando os prazos, conseguindo que, afinal, todos os escândalos investigados e provados acabassem por prescrever. E já são tantos, tantos, que me abstenho de os enumerar.
Até agora… eles eram os maiores! Só lá fora aconteciam coisas condenáveis… com as quais… nada tínhamos a ver: pois!
Finalmente, a castanha rebentou-lhes na boca: afinal, o tal sistema que sempre defenderam e a que se diziam imunes, era EXACTAMENTE o deles.
Portugal, o nosso País, está falido; tal e qual como o resto do sistema que a cambada que nos governa preferiu, apoiou e nos obrigou a suportar.
Já estamos na cauda da Europa. Mas como já há europeus a reagir, lá chegará a nossa vez.
Só peço e agradeço que, desta vez, não voltem a transformar as amas à disposição, para condenar os responsáveis pela situação dramática em que nos encontramos, em jarras de cravos.
Álvaro Fernandes
No Natal de 20008, agradecendo as leituras referidas, e com esperança, sempre esperança no discernimento e capacidade humana de lutarmos pela existência e justiça a que nos foi dado o privilégio de usufruir, a todos desejo um Natal em Paz e um Ano Novo com vontade de lutarmos, todos juntos, pelos Direitos Humanos a que temos direito.
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4 comentários:
Isso isso ... ,vamos esperando que a justiça se faça sobre quem nos explora. Mas esperemos sentados para não morrermos cansados.
Meu caro anónimo
embora não tenha o hábito de "dar corda" a quem não tem coragem para se identificar, agradeço o seu comentário por uma única mas bastante razão:
certamente leu o meu texto de pernas para o ar... de outra forma não teria chegado a essa conclusão.
Que o Menino Jesus, o Pai Natal, os Reis Magos, Aquele, Aquela ou Aquilo em que te acreditares, te dê todas as prendas que desejaste (um carrinho eléctrico, um vestido para a Barbie, um iPod, um plasma, uma fritadeira eléctrica, velinhas e incensos da loja chinesa, um GPS, toda as colecções em DVD de séries televisivas... toda a felicidade que esta época tem para te oferecer graças à tecno-ciência e ao dinheiro que ainda não escoou pelo ralo dos bancos que faz de conta que estão falidos).
Que passes os dias santos reconfortado com a presença em peso da família a comer desesperadamente e sem parar o peru, o galo, o bacalhau, os enchidos, as carnes vermelhas, pretas ou azuis, copiosamente regado com toda panóplia de néctares do supermercado mais próximo, sem esquecer a coca-cola, os sevenapes e os aicetis, e te empanturres com farófias, fatias paridas, arroz doce, pudins e todas as maravilhas que o açúcar, a manteiga, as natas e os ovos permitiram nas mãos de uma abadessa conventual.
Soma à lista dos teus inimigos encarniçados aquele ou aquela que te oferecer uma balança, uma fita métrica ou um passe social para passear nos laboratórios de análises clínicas.
Por mim, que sou modesto e pobre a pedir, desejo-te, honestamente e muito do fundo do coração, que estes dias passem depressa e sem incidentes desagradáveis e que regresse a vida calma e tranquila. Então, poderemos reestabelecer o encontro sereno e lúcido dos dias e das noites e a prenda imaterial e incomprável da amizade.
Caríssimo Perdido
é sempre com alegria que te vejo reaparecer - mesmo na pele do Rodrigo Rodrigues.
Registei o passe social que incluíste na lista de ofertas dos meus encarniçados inimigos. Se fosse só isso...é que o ministério da defesa (do tacho deles, é claro) ainda me deve as comparticipações em medicamentos, análises, etc. de 2006 e 2007. Certamente - e a propósito da tal crise que veio lá de fora e ainda cá não chegou - em breve publicarão uma portaria a extinguir definitivamente aquilo a que, no dia 19 do mês passado, ainda tive direito: a ser operado no Hospital Militar à coluna lombar.
Como estão em lista de espera outras vértebras necessitando de intervenções semelhantes, espero que me saia um prémio na lotaria, para ir a Barcelona pedir que me tratem da saúde que, nesta idade, e este ano, começou a faltar-me.
Mas isso é o que nos espera desde que nascemos portugueses.
Resta-nos a certeza da "prenda imaterial e incomparável da amizade" que, entre nós, perdura há quase 40 anos.
E essa, ninguém nos tira, nem depende de quadras.
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