O melhor modo de defender a Democracia não é omitir ou perdoar as falhas graves do Parlamento. Pelo contrário.
Os deputados sempre faltaram em excesso. Mas esta semana vimos mais do que isso. Pior do que as faltas e do que os truques típicos de irresponsabilidade infantil – como assinarem a presença e ‘pirarem-se’ logo de seguida –, mais crítico do que a iletracia genérica que exibem, são as justificações de alguns parlamentares.
Guilherme Silva culpou o sistema que força os deputados a trabalharem às segundas e sextas-feiras. Almeida Santos apoiou-o e evocou os ordenados baixos, entendendo que um deputado-advogado "é obrigado" a fazer um julgamento em vez de estar na Assembleia. Outros políticos profissionais inocentaram os deputados com razões afins.
O perigo para a Democracia existe e vem da separação entre a vida real e o mundo falacioso dos políticos.
Quando se tem o despudor de agredir o homem comum com declarações que pressupõem que um deputado está (muito) acima do resto dos mortais está-se a colocar o Parlamento no nível mais baixo da consideração social. Porque isso é falso e sem ética.
E será a Democracia a pagar o preço.
Carlos Abreu Amorim
in CM
domingo, 14 de dezembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário