quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Tudo como dantes, no quartel-general em Abrantes

Até parece que, o facto de se ter passado mais um dia, o transformou numa data histórica.
Nada disso.
Ontem, tal como hoje, nada mudou, a não ser a(s) página(s) do(s) calendário(s) que, afinal, são tão diversificados como qualquer de nós: os seres vivos que existimos na Natureza. Ah! pois; e dependem das convenções que julgam tê-los criado e estabelecido regras que os regulam. Quantos "calendários" estão em vigor no Mundo? Nos vários calendários, há quem festeje datas que outros desconhecem e alguns abominam.
O facto é que, afinal, a Humanidade coabita e tem de aprender a partilhar a Terra que nos coube. A dificuldade e causa de todas as guerras que sofremos, travamos e continuaremos a sujeitar-nos - porque, infelizmente, continuaremos a ficar sujeitos a guerras cada vez mais devastadoras - reside unicamente num facto: o ser humano ainda não aprendeu a respeitar a Natureza e a Humanidade. Para além do inalienável direito à diferença e respeito mútuo.
Enquanto não percebermos e praticarmos essa evidência... iremos de mal a pior, independentemente dos "primeiros de Janeiro" que formos "comemorando".
Para sermos consequentes, basta aceitarmos coisas tão simples como respeitarmos o Direito à Liberdade, assente nos princípios de Justiça, Solidariedade e Fraternidade.
Portanto, não vale a pena iludirmos-nos com "obamanias".
Prefiro chamar-vos a atenção para o que se passa no subcontinente indochinês:
o descalabro do Paquistão, o alastramento do domínio dos senhores da guerra no Afeganistão a esse país, e as sucessivas provocações à Índia, já nada têm a ver com o velho diferendo de Caxemira.
Tudo indica que, não tarda muito e, também o estafado "problema do Médio Oriente" entre "árabes" e "judeus" vai passar à História.
É evidente que americanos, europeus, incluindo russos (é bom não esquecer), já nada terão a ver com o que lá vai acontecer.
A não ser que tenham a clarividência de, em tempo útil, mandarem às urtigas as reminiscências da "guerra fria"...
A que aí vem... vai ser quente.
Já repararam que a China está impávida e serena perante tudo isto?
Já notaram?
Ainda não compreenderam?
Pelo menos, perguntem ao nosso governo o que pensa disto.
De resto, é a única razão que motivou este texto.
Como cidadão, e enquanto usufruir da liberdade de expressão que "O Cacimbo" me permitir, cá estarei.
Para vos dizer e abraçar, como sempre fiz.

5 comentários:

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Companheiro e Amigo,

Subscrevo todas as inquietações, bem como todas as interrogações apontadas.
Só discordo, no ponto de perguntas ao Governo.
Sou de opinião de que devemos sempre perguntar a quem sabe e com toda a frontalidade, não me parece ser este o caso.
Poque se assim fosse, a coisa seria mais séria... muito mais séria! Estariamos em presença de um crime nacional. Que de todo não descarto.

Poderemos festejar todos os Janeiros, realmente, mas se, colectivamente, não mudarmos de actitude, o futuro estará definitivamente inquinado, com extensão gravíssima às novas gerações, para quem seremos os principais culpados.

Dentro da tradição e do sentimento, Um Bom Ano.

Abraço solidário do,
Jerónimo Sardinha

Anónimo disse...

Sr comentador Jerónimo Sardinha permita-me perguntar-lhe o que é isso de "colectivamente mudarmos de atitude"? Se não surgir por aí um grupo maior ou menor que decida por fim a esta pouca vergonha , nada feito.O colectivo é a "manada" e a "manada" não pensa. Por isso vejam se se organizam e decidem por fim a este desgoverno que já nos sufoca. E não esperem que sejam sempre os mesmos... os da farda ,os dos cravos no cano da G3 a tomar atitudes...esses, a maioria está velha e a morrer de tristeza por ver o estado a que esta democracia chegou.

Jerónimo Sardinha disse...

Digníssima Senhora ou Senhor Blimunda,

Por respeito para com o dono do blog, farei o comentário, por delicadeza.
Não é meu hábito dialogar com pseudónimos, nem com anonimato.
Devo esclarecer, que mesmo nos tempos obscuros da clandestinidade, sempre senti honra, talvez patética, em usar o meu nome de baptismo em todas as situações. Continuo a prezar muito isso.

Tem razão quando refere a manada, mas não esqueça, que nós, dez milhões, também fazemos parte dessa mesma manada. De formas diversas, mas fazemos.

Quanto ao esperar pelas fardas, também o posso esclarecer de que, embora durante muitos anos tenha vestido uma, que me despiram, nunca esperei por elas para tomar a iniciativa do que pensei ser correcto ou necessário.
Esclareço ainda, que os cravos que nasceram nas G3, não o fizeram de modo próprio, foi uma vendedeira, pertencente há tal manada, que na manhã de 25 o colocou pela primeira vez num cano de aço.
Devo também afirmar e não estou sozinho, de que foi uma parte da manada, que na madrugada e manhã de 25 forçou um golpe de estado a tornar-se Revolução.
Sem dúvida e com grande Valor e Glória, alguns Capitães perceberam (ou já esperavam) e estiveram nessa iniciativa.

Pela sua forma afirmativa, suspeito que seja, ou tenha sido, farda.
Pense com clareza, que uma farda, é um cidadão que aceitou servir um País sob outra vertente. Tem funções e obrigações diferentes, mas deveres iguais e Maiores.
E não vou na laracha do “povo fardado”!
Falo da realidade social, tal como deve ser vista.

Por aqui me fico, reafirmando o prazer que terei em discutir este e outros assuntos, que possam ter ou dar melhor futuro ao Povo e à Sociedade.
Temos essa obrigação. Tenhamos essa disponibilidade.

Com gratidão por comentar o comentário, sou, com amizade,

Jerónimo Sardinha

zigoto disse...

Jerónimo e Blimunda

grato pelos vossos comentários, lamento continuar a não poder publicar - e suscitar mais reflexões - como inicialmente fui capaz.
Os nossos leitores mais frequentes e atentos, terão notado, com certeza que, há vários meses, a minha "produtividade" caiu drasticamente.
Felizmente, os outros autores do nosso blogue mantiveram-no; sem sequer se fazer notar muito a minha falta.
Se, e quando, a saúde me permitir voltar ao vosso convívio diário, cá estarei.
Por enquanto, vou acompanhando, na medida do possível o que por cá vamos publicando.
Para todos vós, o abraço grato e amigo do Álvaro Fernandes
Ps. para evitar equívocos:aproveito para confessar que a Blimunda não tem nada contra fardas nem cravos.
Muito pelo contrário...é ela que me transmite o que por aqui vai acontecendo...
Às vezes, as Mulheres dos militares têm uma forma muito própria de se exprimirem e desabafar. Circunstâncias da Condição Militar...

Jerónimo Sardinha disse...

Caro Coronel Fernandes,
Companheiro e Amigo,

Pela descritiva, fiquei com a sensação que de uma Senhora se tratava.
É evidente que estava muito longe de pensar numa proximidade tão grande.

Assim, pois, Cara Senhora, os meus cumprimentos e os meus Respeitos.
Pelo modo como se bate, denota ser uma MULHER DE ARMAS. Tem pois, todo o meu preito.
A talho de foice, sempre lhe direi que tem razão. Também não acredito que a "tropa" que temos «lá vá», ou pior, que esteja sequer interessada.
A velha fornada, dos que comeram uma guerra de 13 anos e a deram a comer há mesa da família, durante todo esse tempo, acabou. Como tudo na vida, passaram os dias e esgotou-se. Os anos, bons conselheiros, às vezes, derribam rápido!

Quanto a si Caro Amigo, vamos a arribar. A nossa "juventude" ainda exige de nós muita obra, como bem sabe.

Rápidas e acentuadas melhoras e um abraço fraterno e grato,

Jerónimo Sardinha